O Banco Central (BC) reduziu a projeção para a expansão do saldo das operações de crédito este ano, com menor participação dos bancos privados nacionais e aumento dos estrangeiros. A estimativa anterior de crescimento do estoque de crédito de todo o sistema financeiro era 13% e foi ajustada para 12%.

O crédito dos bancos públicos deve crescer 17%, a mesma estimativa anterior. No ano passado, a alta ficou em 22,6%. Já os bancos privados nacionais devem apresentar expansão do crédito de 6%, ante 6,6% em 2013. Os bancos privados estrangeiros devem registrar crescimento de 9%, contra 8% previstos em março pelo BC.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, os ajustes na projeção foram feitos com base nos “dados observados até o momento”. Maciel acrescentou que a moderação no crédito é uma tendência de longo prazo. Ele lembrou que em 2010 a expansão do crédito ficou em cerca de 21%, caiu para 19%, no ano seguinte, 16%, em 2012 e 14,7%, em 2013. Em 12 meses encerrados em maio, a expansão está em 12,7%.

A alta da taxa básica de juros, a Selic, ajudou a levar a esse menor crescimento. “O que se espera, quando há elevação da taxa de juros, é moderação no crédito”, disse. Ele acrescentou que, apesar da moderação, o crédito continua a contribuir para o desenvolvimento do país de forma sustentável.

Segundo Maciel, a menor confiança de consumidores “é um fator que tende a influenciar a tomada de crédito”. “Pressupõe uma cautela tanto por parte dos tomadores quanto por parte dos bancos. Em termos de inadimplência, isso não tende a trazer um impacto maior”, disse.

Em maio, a inadimplência, como são considerados atrasos superiores a 90 dias, subiu 0,2 ponto percentual em relação a abril, tanto para empresas (3,5%) quanto para famílias (6,7%). Esses dados são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros.

A inadimplência total, como são considerados créditos livre e direcionados para empresas e famílias, subiu 0,1 ponto percentual, para 3,1%, em maio.

Para Maciel, é preciso observar os resultados dos próximos meses para verificar se a alta da inadimplência se consolida. “De qualquer maneira, a inadimplência se encontra em patamares relativamente baixos. Depois de meses em patamares próximos ao piso, 0,1 no crédito total é uma relativa estabilidade. É um movimento marginal”, disse.


Fonte: Agência Brasil