Manifestação dos bancários dá adeus a uma diretoria que não vai deixar saudades e também é um alerta ao BB – A Nossa Caixa será administrada oficialmente pelo Banco do Brasil a partir desta terça, dia 10. Durante a solenidade de transição, o Sindicato estará na porta da matriz da Nossa Caixa, no centro de São Paulo, para protestar contra a antiga diretoria e avisar aos novos administradores que o movimento dos trabalhadores espera negociações sérias.

A diretora do Sindicato, Raquel Kacelnikas, diz que os bancários da Nossa Caixa vão dar um "adeus" com gosto para os atuais diretores, que nos últimos anos promoveram uma série de ataques aos funcionários. "Não fosse pelo fato de São Paulo ter perdido a Nossa Caixa, estaríamos comemorando o fim desta gestão, que só desrespeitou os bancários, com milhares de demissões, assédio moral, sobrecarga de trabalho e pressão para o cumprimento de metas. Mas a vida não será fácil daqui para frente, temos uma série de reivindicações para negociar com o Banco do Brasil. Por isso, o ato desta terça também é um aviso para a direção do BB. Queremos negociações sérias e respeito", destaca.

Raquel ressalta que os bancários também vão denunciar o descaso do governo do estado de São Paulo com a Nossa Caixa nos últimos anos. Em entrevista à Folha de S.Paulo de domingo, o presidente do banco, Milton Luiz Melo Santos, comemora seus feitos na administração e diz que levou um banco "coadjuvante", atrasado no crédito, com equipe desmotivada e tecnologia defasada a despertar a cobiça do BB.

"Essa entrevista é um atestado de incompetência do governo de São Paulo. Se o banco é coadjuvante, com crédito e tecnologia atrasados e um corpo de funcionários desmotivados, a culpa é da administração do PSDB, que comanda a Nossa Caixa há quinze anos. Aliás, essa visão de Estado já está falida. Diversos baluartes do capitalismo estão dizendo que o Brasil está enfrentando bem a crise internacional graças, em parte, aos bancos públicos. E que o modelo privatista está ultrapassado. Mas os tucanos não aprendem, está no DNA se desfazer das coisas públicas. A última vítima, para a nossa tristeza, foi a Nossa Caixa", finaliza Raquel.

Fonte: SEEB – SP / Fábio Jammal Makhoul

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