O Banco do Brasil (BB) procura um parceiro estratégico para operar em seguros odontológicos. A ideia, segundo o vice-presidente de novos negócios do BB, Paulo Caffarelli, é criar uma nova empresa, que incluiria os seguros odontológicos e de saúde, hoje ainda operados em sociedade com a SulAmérica.

O desenho da área de saúde é o único que permanece indefinido dentro da reestruturação da área de seguridade do BB. O banco ainda não concluiu as negociações com a SulAmérica. O BB gostaria de ficar com 75% da sociedade, mas não está claro ainda se a seguradora aceita a pré-condição. Meses atrás a SulAmérica informou que teria intenção de comprar a parte do BB no negócio.

Para negociar a parceria em planos odontológicos, o BB tem colocado sobre a mesa uma carteira de 900 mil participantes que possui "dentro de casa", formada por funcionários ativos e aposentados e seus dependentes.

Na sexta-feira, o banco anunciou o aumento da participação no capital total da Brasilprev, de 49,9% para 75%. A operação envolve a transferência de parte das ações que estavam nas mãos da americana Principal, que, agora, vai ficar com 25% do negócio – assumindo, por sua vez, os 4% que pertenciam ao Sebrae. A BB Seguros fica com 49,99% do capital ordinário (com direito a voto) e 100% das ações preferenciais (PN, sem voto).

Como trata-se de uma troca, não haverá desembolso de recursos por parte do BB. Em contrapartida, a Principal teve sua aliança estratégica, que já havia expirado e outubro, estendida até 2032, com a exclusividade da Brasilprev para venda de produtos de previdência complementar na rede de agências do banco.

No acumulado do ano até fevereiro, a Brasilprev arrecadou R$ 1,1 bilhão, com crescimento de 69,1%, para um mercado que avançou 25,2%, com R$ 6,1 bilhões totais em produtos de previdência complementar (PGBL e VGBL) no mesmo período. Em 12 meses, a expansão foi de 80,7%. As reservas técnicas chegaram a R$ 27,6% bilhões com crescimento de 33,7% no ano.

A próxima movimentação será sacramentar a aliança com o grupo espanhol Mapfre e consolidar a área de capitalização junto com a Icatu. Ambos os negócios foram anunciados, mas não fechados.

Esses movimentos concretizam a orientação estratégica do banco de não ter mais competidores como sócios e, ao mesmo tempo, fazer com que os negócios de seguros e previdência ganhem relevância no bolo de resultados da instituição, lembra Caffarelli. "Com a queda dos juros e dos spreads ao longo do tempo, é preciso buscar mais eficiência em outras atividades", diz. O impacto virá pelo aumento da contribuição por equivalência patrimonial, tarifas e corretagem. Em 2009, a área de seguridade representou 13% do resultado. O plano é aumentar essa fatia para 24% até 2013.

Fonte: Valor Econômico /  Adriana Cotias, de São Paulo

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