O Banco do Brasil calcula que não precisará de capital adicional até o fim de 2014 para cumprir as novas exigências de capital trazidas pelas regras de Basileia 3, de acordo com números divulgados pela instituição ontem. A partir do ano que vem, os bancos brasileiros precisarão se adequar às novas normas internacionais de capitalização, que vão exigir que os bancos tenham mais recursos próprios para poder emprestar.

Pelos cálculos, em 2013 o Banco do Brasil projeta que terá 8,2% de capital principal, aquele considerado de melhor qualidade pelo Banco Central. O nível mínimo exigido pela autoridade é de 4,5%. No ano seguinte, quando a obrigatoriedade sobe para um mínimo de 5,125%, com a exigência de um colchão adicional, o Banco do Brasil deve ficar com 7%.

"A mensagem que queremos passar com os números é de que não precisaremos de emissão de capital pelos próximos dois anos", diz Gustavo Sousa, gerente-geral de relações com investidores do Banco do Brasil.

A projeção feita pelo banco levou em consideração que ativos atuariais (relacionados a fundo de pensão) e créditos tributários sairão aos poucos dos cálculos de capital das instituições, seguindo um cronograma de extinção até 2018.

O banco também considerou que os R$ 13,4 bilhões de ativo atuarial que tem em balanço também deixarão de ser contabilizados como capital até 2018. O edital publicado pelo Banco Central no dia 10 de fevereiro com as regras de Basileia 3 afirma que bancos que não tenham "acesso irrestrito" aos recursos gerados pelo fundo de pensão devem ser desconsiderados dos cálculos de capital.

O Banco do Brasil não traçou projeções para seu capital para além de 2014. Segundo Sousa, esses cálculos, por envolverem um período de tempo longo, poderiam não ser tão precisos.

Em meados de fevereiro, diversos analistas divulgaram relatórios considerando que o Banco do Brasil seria uma das instituições que mais sentiriam o impacto de Basileia 3. Para o Itaú BBA, se quiser manter o mesmo nível de alavancagem de seus concorrentes, o Banco do Brasil precisará de uma capitalização de R$ 25 bilhões até 2018. Questionado sobre o número, o gerente-geral do Banco do Brasil afirmou que não comentaria cálculos feitos pelos analistas.

Fonte: Valor Econômico

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