O Banco do Brasil e a seguradora espanhola Mapfre começaram nesta semana a operar de forma conjunta, um ano após o anúncio de associação. O grupo nasce como o segundo maior segurador do Brasil, com faturamento anual de R$8,6 bilhões, atrás apenas – e ainda muito distante – do Bradesco, que faturou R$13 bilhões no ano passado.

A associação não prevê atuação em alguns segmentos de mercado, como saúde, capitalização e previdência, que BB e Mapfre continuarão a explorar de forma isolada.

Nos últimos anos, as duas empresas vinham disputando individualmente a terceira e quarta posições. A parceria tem duração de 20 anos, com possibilidade de renovação. Como primeira iniciativa, a nova empresa anunciou ontem a contratação de mil novos funcionários. Com esse reforço, passará a ter 4.500 funcionários, 17 mil pontos de venda e 25 milhões de clientes.

Roberto Barroso, que assumiu a presidência da Vida e Rural (uma das duas holdings criadas a partir da associação), disse que o grupo vai atuar fortemente em seguros de grande risco, aproveitando as obras de infraestrutura da Copa do Mundo e das Olimpíadas no país. Para tanto, o grupo já está à procura de um parceiro estrangeiro nessa área.

Com a associação, somos o primeiro em seguros de pessoas, o segundo em automóveis e também em seguros gerais. Somos também o primeiro em seguro agrícola. Quando separados, éramos o maior apenas em seguro agrícola. No resto, estávamos em terceiro ou quarto lugar – disse Barroso.

Segundo o executivo, a estratégia de crescimento passa pelo aumento das vendas de seguros nas agências bancárias e nas corretoras. A ideia é crescer acima da média de mercado, que tem projeção de expansão de 13% para este ano.

Campanha de vendas com foco na classe C

A empresa prepara uma forte campanha de vendas junto a consumidores da nova classe C. Barroso disse que o objetivo é vender mais seguro para esse consumidor, que representa hoje 50% da força produtiva no Brasil. Produtos específicos para esse público estão sendo criados, como microsseguros, de baixo valor, para enterro e de proteção de acidentes de trabalho.

Alguma empresa que não olhe, que não preste atenção a essa classe, estará trabalhando somente com metade do Brasil – afirmou ele, acrescentando que a empresa pretende reduzir os preços das apólices.

As duas marcas serão mantidas, mas a gestão será compartilhada, de acordo com Marcos Ferreira, presidente da holding Auto Seguros Gerais e Affinities, que terá foco em seguros de veículos, industriais e seguros gerais. Mas o controle acionário ficará com a Mapfre, que terá 50,1% das ações ordinárias (ON, com direito a voto), permitindo que a empresa continue sendo privada.

A união das duas empresas possibilitará um ganho de 20% nos custos, que serão investidos em desenvolvimento e tecnologia. Das 14 empresas de seguros das duas instituições, ficarão apenas seis.

Fonte: Wagner Gomes – O Globo

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