O Banco do Brasil (BB) anunciou internamente que a partir de dezembro deste ano a Plataforma do Centro de Suporte Operacional – Cuiabá (CSO) será extinta. Este setor é responsável pelo cadastro, fiscalização, estudo de operações de crédito rural e urbano. Com a medida, esses serviços serão centralizados em Brasília. Conseqüentemente, haverá um significativo impacto negativo na concessão de crédito em Mato Grosso e Rondônia (estados atendidos pelo CSO – Cuiabá), com óbvia elevação do tempo de resposta e condução das propostas.

Somente em 2008 esta plataforma realizou mais de 45 mil procedimento, tais como, 21 mil cadastro e atualizações de Pessoa Jurídica, 11 mil Cadastros e atualizações e operações Rurais, 3 mil análises relacionadas a Agricultura Familiar, mais de 3 mil do PRONAF, mais de 2 mil operações de FCO Empresarial e Rural, quase 2 mil operações relacionadas a Custeio Agrícola, PROGER, Capital de Giro, e do Programa de Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS) e mais de mil outras operações. Sem considerar os diversos suportes telefônicos e atendimentos pessoais às agências.

Ao todo 95 profissionais capacitados para atender demandas regionais, que se referem a operações que envolvem propriedades situadas tanto no bioma amazônico quanto no pantaneiro, atuam nessa área. Esses profissionais executam os serviços demandados em sua jurisdição em tempo hábil devido à proximidade com a realidade local, o que facilita o processo de análise e liberação de créditos.

Com a eliminação desse setor do Banco do Brasil em Mato Grosso esses empregados são obrigados a se transferirem para a capital federal e conseqüentemente trabalharem para atender uma demanda bem maior. A partir dessa mudança, os processos relacionados a Mato Grosso e Rondônia deixam de ter prioridade na pauta de análise sendo obviamente colocados "na lista de espera".

A unilateralidade da decisão do BB, com clara intenção de redução de custos, trará prejuízos tanto para os produtores rurais e empresariado, atingindo dessa forma, toda economia mato-grossense, quanto para os empregados que obrigatoriamente serão transferidos. Sendo que, esses últimos serão afetados economicamente (devido ao alto custo de vida em Brasília) e psicologicamente (devido à mudança do local onde mantêm relações sociais sólidas para um ambiente totalmente desconhecido). O acúmulo de processos na capital federal sobrecarregará todo o funcionalismo e trará impactos negativos à qualidade deste trabalho.

"A direção do Banco do Brasil precisa assumir de forma verdadeira a responsabilidade sócio-ambiental tão utilizada em seu marketing. E realizar uma análise de todos os aspectos não só os seus custos econômicos, mas também o capital humano e as especificidades regionais ao tomar decisões unilaterais como essa", finaliza o funcionário do BB, Alex Rodrigues.

O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Mato Grosso (SEEB/MT) já solicitou reunião com o Banco e hoje (28), foi realizada uma importante reunião com a Senadora Serys Marli Slhessarenko. Foi solicitado a ela e oficializado por meio de documento o pedido de apoio no sentido de se manifestar junto ao Banco do Brasil a manutenção desta Plataforma do CSO em Cuiabá, bem como, de todos os bancários aqui lotados, visto sua importância e necessidade para o Estado de Mato Grosso. A Senadora foi receptiva e se comprometeu a apoiar a luta pela manutenção da Plataforma em Cuiabá, demonstrando-se muito preocupada com a situação dos bancários e principalmente com a perda que o Estado terá caso o Banco concretize tal ação.

"Nós do sindicato não estamos medindo esforços para convencer o BB a reverter essa decisão que prejudica nosso Estado e é nocivo aos mais de 95 profissionais da Plataforma CSO em Cuiabá-MT. Não há motivos para se transferir um órgão tão importante para a região, a não ser de interesses coorporativos. Nesse sentido, faremos contato com todos os parlamentares da Bancada Federal e Estadual solicitando o apoio destes", conclui o presidente do SEEB/MT, Arilson da Silva.

Fonte: Site Olhar Direto