Banco do Brasil quer voltar ao mercado externo em setembro

O Banco do Brasil (BB) prepara para setembro uma captação de recursos no exterior. A instituição quer aproveitar o momento favorável, tanto em termos de liquidez quanto de taxas para as empresas brasileiras.

O banco também caminha a passos largos para ascender ao Nível 2 de listagem dos recibos negociados na bolsa de Nova York, os "American Depositary Receipts" (ADR).

O objetivo da instituição é aproveitar a janela que deve se abrir em setembro, em meio a taxas historicamente baixas, para emitir dívida subordinada no exterior. As taxas dos papéis de 10 anos do governo americano (Treasuries), que servem de referência para essas operações, estão em nível muito baixo. Além disso, dada a demanda por títulos brasileiros, o spread deve ficar também em patamar bastante inferior ao de anos anteriores. Um papel de 10 anos, por exemplo, está abaixo de 6% ao ano.

Em julho, o Tesouro Nacional captou US$ 750 milhões com a menor taxa de juros da história para os papéis em dólar, 4,547% ao ano. Neste mês, o Bradesco lançou papéis, também de dez anos, captando US$ 1 bilhão ao custo de 5,95% ao ano. A demanda atingiu R$ 4 bilhões.

Desde então, os juros americanos voltaram a cair, reagindo ao anúncio do Federal Reserve (o banco central americano) de recompra de títulos públicos. O Banco do Brasil espera apenas a volta do mercado, em setembro.

Ainda na área externa, o banco quer turbinar seus ADRs (recibos lastreados em ações já em circulação), realizando a migração do nível 1 para o nível 2, mais sofisticado. O banco estatal foi um dos últimos das grandes instituições financeiras brasileiras a operar com recibos em Nova York. O programa teve início no fim do ano passado.

A instituição prepara agora a publicação de seus balanços seguindo os padrões americanos, dentro das regras da lei Sarbanes-Oxley, uma das exigências para a mudança. No nível 1, onde está o BB, a negociação é feita somente no mercado de balcão americano (conhecido por OTC Markets) e a empresa não pode fazer ofertas públicas. Já no nível 2, há mais regras, como a necessidade de que as demonstrações contábeis sejam apresentadas seguindo os padrões americanos (US GAAP). Existe ainda o nível 3, com negociação em qualquer bolsa dos Estados Unidos.

O grande benefício dessa alteração é o ganho de credibilidade. Para uma empresa que quer se estabelecer no exterior, como é o caso do BB, é importante ter ações negociadas nas bolsas internacionais. Neste momento o banco avalia a compra de pelo menos dois bancos nos EUA, ainda este ano, além de aquisições na América Latina e na África.

O fato de os grandes investidores estarem no exterior também reforça essa visão. Além disso, os ADRs melhoram a liquidez do papel aqui no Brasil. Desde o lançamento de recibos nos EUA, o volume negociado das ações do banco na bolsa brasileira praticamente triplicou.

Fonte: Valor Econômico /  Fernando Travaglini e Cristiano Romero

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