Esse segundo fundo será administrado pelo BNDES, que tem experiência com financiamentos longos e juros menores, e deve abrir para o varejo no início de fevereiro. O fundo contará com recursos do governo, dos bancos e dos próprios tomadores de empréstimo.
Para se habilitarem a utilizar o fundo, as instituições financeiras devem contribuir com 0,5% do valor do empréstimo que será garantido. Em caso de inadimplência, o fundo cobre até 80% das perdas.
Segundo Ricardo Flores, vice-presidente de crédito do BB, as empresas que fizeram empréstimo para capital de giro utilizando o FGO conseguiram reduzir os juros entre 27% e 30%. A adesão ao fundo garantidor também facilitou a vida das empresas por reduzir as exigências de garantias.
O resultado foi que as concessões de novos empréstimos para empresas pequenas utilizando o "seguro" do fundo de aval já somam quase um terço de todas as operações de crédito elegíveis para o instrumento.
"Você consegue emprestar com uma taxa de juros menor, porque o risco é menor. A inadimplência é residual, de menos de 1%. No caso do novo fundo, a expectativa é que se possa reduzir taxas de juros dessa forma também. As simulações ainda estão sendo feitas", disse.
No primeiro fundo garantidor, os aportes permitem o "seguro" de mais de R$ 7 bilhões em financiamentos.
Sozinho, o BB já liberou R$ 2,4 bilhões em 82 mil empréstimos para pequenas e médias empresas utilizando o FGO.
A maior parte das operações teve um tíquete de R$ 30 mil e atendeu aos setores de comércio (56%) e serviços (28%). A região Centro-Oeste responde por 30% dos desembolsos, seguida pelo Sudeste, com 28%.
Para Flores, os bancos privados também devem concorrer neste ano pelo crédito às pequenas e médias empresas. "Teremos uma concorrência muito maior. E o fundo garantidor permite aos bancos privados ter taxas mais competitivas para ganhar mercado", disse.