Com a incorporação definitiva do Banco Nossa Caixa, cujo CNPJ foi oficialmente extinto ontem, o Banco do Brasil (BB) põe agora em prática um projeto batizado de Estratégia São Paulo. Pelo plano, que será oficialmente anunciado hoje, o BB investirá R$ 800 milhões no Estado nos próximos cinco anos.

O dinheiro será distribuído, basicamente, em três frentes: renovação do parque tecnológico (envolvendo as instalações da Nossa Caixa), abertura de mais agências e melhora da infraestrutura geral do banco em São Paulo, o que inclui a contratação de mais funcionários.

"Com isso, queremos consolidar nossa posição de liderança no Estado em todos os principais indicadores da atividade bancária", afirmou o presidente do BB, Aldemir Bendine. Hoje, o banco controlado pelo governo federal lidera, por exemplo, no critério de agências: 1.334.

A primeira medida prática do Estratégia São Paulo é a contratação imediata de 1.500 funcionários. São profissionais já aprovados em concursos realizados pelo BB. O plano de incentivo à aposentadoria criado pela Nossa Caixa, segundo Bendine, é voltado para funcionários de alto escalão do banco paulista. Em geral, profissionais com vários anos de casa.

Outra mudança que passa a valer já a partir de hoje é a estrutura organizacional. O BB criou para o Estado uma espécie de diretoria-espelho da sede em Brasília. No comando, ficará Dan Conrado, carioca de 45 anos, 29 deles no banco. A ele responderão outros seis executivos.

Um deles será superintendente regional da capital. Outro cuidará de Campinas. Haverá, ainda, um para Ribeirão Preto e outro para Bauru. Além deles, o BB terá um superintendente para setor público (para lidar com prefeituras, governo estadual e Poder Judiciário) e outro executivo designado apenas para a infraestrutura.

O atual presidente da Nossa Caixa, Demian Fiocca, deixará a instituição. Diferentemente do que se especulava, Fiocca não vai comandar a BBDTVM (corretora de valores do BB). O Estado apurou que ele voltará para a iniciativa privada. Procurado pela reportagem, Fiocca informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que só falará sobre o assunto hoje, em entrevista coletiva.

Embora seja o maior banco do País há décadas – a liderança foi perdida por um curto período de tempo, logo após a fusão do Itaú com o Unibanco -, o BB sempre teve presença modesta em São Paulo, como reconhece Bendine. "Éramos o quarto maior em São Paulo, até porque a sede dos nossos principais concorrentes fica no Estado", disse.

Os governos Luiz Inácio Lula da Silva e José Serra acertaram, há um ano, a venda da Nossa Caixa para o BB por R$ 7,6 bilhões – incluindo o dinheiro que foi para os cofres do Tesouro estadual e o que foi pago aos acionistas da Nossa Caixa.

Fonte: O Estado de São Paulo / Leandro Modé

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *