Um ano após deixar o Brasil, vendendo sua unidade (o banco Pactual), o suíço UBS está voltando. Anunciou, ontem, a compra da corretora Link Investimentos por R$ 195 milhões. A transação ainda precisa ser aprovada pelo Banco Central, mas se espera que seja completada até o final do ano.

Havia meses circulavam rumores de que a Link poderia ser vendida -e outras instituições financeiras estrangeiras também teriam feito ofertas pela empresa, que está entre as dez maiores corretoras que operam na BM&FBovespa.

"Tenho certeza de que nossos clientes vão se beneficiar do alcance global da oferta de produtos do UBS e da força da assessoria e de serviços pela qual o banco é conhecido", disse, em comunicado à imprensa, Daniel Mendonça de Barros, presidente-executivo da Link Investimentos.

Ele e o irmão Marcello, filhos de Luiz Carlos Mendonça de Barros, ministro das Comunicações no governo Fernando Henrique Cardoso, fundaram a corretora em 1998. Atualmente, possui 279 funcionários, dos quais 73 são sócios. Quando o negócio for finalizado, a empresa passará a funcionar com a marca UBS.

A unidade de "home broker" (ferramenta por meio da qual investidores, geralmente pequenos, podem comprar e vender ativos na Bolsa de Valores usando a internet) da Link, uma das líderes desse mercado, continua nas mãos dos donos originais. Dessa forma, o UBS fica apenas com a área de investidores institucionais.

Retorno

"Vemos o Brasil como um mercado de importância estratégica, com um potencial de crescimento significativo. A aquisição da Link Investimentos dá ao UBS uma plataforma para reconstruir nossa presença e expandir nossa cobertura no Brasil", afirmou, também em comunicado, Alex Wilmot Sitwell, presidente-executivo-adjunto do banco suíço.

A decisão de se desfazer do Pactual foi tomada no meio da crise internacional de 2008/ 2009. O UBS precisava melhorar o seu perfil de risco e reforçar o caixa. Procurou, então, o BTG, criado pelo antigo fundador do Pactual, André Esteves, de quem havia adquirido a instituição brasileira dois anos antes. Tendo pago cerca de US$ 2,6 bilhões na época, aceitou vendê-lo por US$ 2,47 bilhões, o que lhe deu um prejuízo de US$ 1,3 bilhão, pois o Pactual tinha praticamente dobrado de tamanho durante o tempo em que ficou sob seu controle.

Fonte: Folha de São Paulo

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