Os bancos trabalham neste ano para aumentar o alcance das linhas de crédito específicas às pequenas empresas que integram os polos produtivos espalhados pelo país, chamados de Arranjos Produtivos Locais (APLs). Somente a Caixa, ao longo de 2010, ofertará R$ 1 bilhão aos pequenos empresários participantes dos polos.

"Em 2009, a Caixa contratou cerca de R$ 670 milhões em crédito junto a pequenos empresários dos APLs, 97% acima de 2008", afirma o superintendente nacional de micro e pequena empresa do banco, Zaqueu Soares Ribeiro.

A Caixa tem convênios com 49 APLs, englobando 257 municípios e 7.153 empresas. A intenção é expandir a atuação em, pelo menos, 30%. A taxa de juro dos financiamentos praticados pela Caixa com os APLs fica em torno de 0,83% ao mês mais a taxa referencial (TR). Ainda são oferecidos produtos, como capital de giro, antecipação de receitas e seguros, entre outros.

"Queremos fortalecer a competitividade das pequenas empresas ligadas aos APLs ou daquelas que necessitem de apoio financeiro e de consultoria empresarial para crescer, gerar emprego e renda", explica Soares Ribeiro.

O Bradesco tem a meta de atender toda a demanda recebida desses centros em 2010. Em 2009, o banco disponibilizou R$ 720 milhões para os APLs, atendendo 338 polos que abrangem 823 municípios. Aproximadamente, 25,2 mil pequenas e médias empresas obtiveram crédito do banco no ano passado, explica o diretor do departamento de empréstimo e financiamento do Bradesco, Nilton Pelegrino.

Até o terceiro trimestre de 2009, o Banco do Brasil (BB) disponibilizou R$ 1,2 bilhão para os APLs, sendo R$ 733 milhões em empréstimos para capital de giro e R$ 189,7 milhões para investimentos. Em setembro, o BB apoiava 182 APLs, prestando atendimento a 15,57 mil empreendimentos.

Na prática, os bancos participam do Grupo de Trabalho Permanente para APL (GTP APL), coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), com o intuito de realizar suas ações em convergência com mais 32 instituições e órgãos governamentais, que apoiam os APLs em todo o país.

No APL de moda íntima de Nova Friburgo, no Rio, o BB presta atendimento especializado a 577 empreendimentos, com R$ 24,2 milhões disponibilizados, dos quais R$ 21,9 milhões em empréstimos para capital de giro e R$ 2,3 milhões para investimentos.

O APL de moda íntima de Nova Friburgo e região é responsável por 25% da produção nacional, com cerca de 900 empresas, geradoras de 25 mil postos de trabalho, diretos e indiretos. O polo fatura R$ 600 milhões por ano e cerca de 14% das empresas exportam parte de sua produção para Portugal, EUA, Uruguai e Argentina.

Integrante do APL, a Suspiro Íntimo Lingerie, com 18 anos de história, emprega 120 funcionários e está em seu terceiro financiamento. No final de 2009, o sócio proprietário, Carlos Eduardo de Lima, teve aprovado mais R$ 100 mil de crédito da Caixa para a ampliação da empresa, com prazo de pagamento de até 36 meses e taxa de juro de 0,79% ao mês.

As necessidades desse APL são discutidas pelo Conselho da Moda, composto por representantes das empresas, Sebrae, Federação da Indústria do Rio de Janeiro (Firjan), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), prefeituras, MDIC, Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Sindicato das Indústrias do Vestuário (Sindvest), entre outros. "Com o apoio dos membros do conselho, o APL terá um estande na feira de Madri, em maio de 2010", conta Lima.

Segundo mapeamento feito pelo MDIC, o Brasil tem 957 polos de APLs. Levantamento do Sebrae-SP mostra que 50,9% das pequenas empresas concentram-se na região Sudeste, 24% na região Sul. Na sequência, 14,6% ficam no Nordeste, 7,2% no Centro-Oeste e 3,3% no Norte.

Fonte: Contraf_CUT

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