Na disputa pelo segmento de pequenas e médias empresas (PME), as instituições financeiras estão buscando meios de atrair o setor e expandir sua carteira de crédito. Para viabilizar seus planos no País, o banco Santander Brasil – que tem como uma das metas crescer entre 20% e 25% dentre as PME em 2010 – pretende captar no mercado internacional entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão.

Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a instituição diz que a captação ocorrerá dentro de seu programa de emissão de notas de médio prazo (Global Medium Term Note Program, ou Programa MTN). A decisão foi aprovada pela diretoria executiva, que também autorizou revisão do programa para um total de US$ 3,5 bilhões.

Já o Banco do Brasil, para atrair o segmento de pessoa jurídica, aposta em novos produtos. A instituição lança uma linha de capital de giro com garantia em cheques e duplicatas.

O BB projeta que a contratação no primeiro ano chegue a R$ 750 milhões, beneficiando cerca de 15 mil clientes corporativos.

"A função de apoio às micro e pequenas empresas do Banco passa substancialmente pela sua capacidade de fornecer crédito.Com o produto, conseguimos oferecer taxas e valores sem reter o recebimento das vendas", diz o diretor de Micro e Pequenas Empresas do banco, Ary Joel de Abreu Lanzarin.

Esse esforço de chegar às empresas de menor porte, mais dependentes de fluxo de caixa, se justifica pelo potencial projetado de crescimento do crédito no País em 2010. Com uma expectativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) entre 5% e 6%, espera-se que o crédito tenha uma alta que possa chegar a 25%, com a pessoa jurídica sendo o motor do crescimento. Além disso, as grandes empresas, responsáveis pela alta de 0,3% do crédito a pessoa jurídica em 2009, possuem outras opções de funding no pós-crise, como o mercado de capitais e externo.

As pequenas e médias empresas também mostram um alto índice de otimismo para 2010. Segundo pesquisa do Índice de Confiança do Pequeno e Médio Negócio (IC-PMN), levantado pelo Santander em conjunto com o Insper, o nível de otimismo para o segundo trimestre do ano chegou a 74,9 pontos, maior valor desde o lançamento do indicador, no último trimestre de 2008.

"Na visão do banco, as perspectivas para o pequeno e médio empreendedor são bastante positivas", diz o superintendente executivo de Pequenas e Médias Empresas do Santander, Cláudio Yutaka Fukasawa.

Para o professor e coordenador do Centro de Pesquisa em Estratégia do Insper, Danny Claro, o segundo trimestre do ano mostra um grande otimismo das PME, que, no entanto, pode se alterar ao longo do ano. "Mudanças macroeconômicas, como uma provável elevação da taxa de juros básica e uma maior pressão inflacionária, podem levar a alguma alteração desse comportamento. Não dá para prever ainda, vamos esperar para ver qual será o comportamento", diz Claro.

O indicador tem uma escala de medição de zero a 100 na qual o 50 significa neutralidade; os valores superiores ou inferiores a essa marca indicam otimismo ou pessimismo, respectivamente.

Fonte: DCI

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