Enquanto as mais diversas áreas econômicas do país vão aumentando o saldo de contratações formais, fazendo com que os patamares de geração de postos de trabalho retornem aos níveis pré-crise, os bancos continuam na contramão elevando o número de demissões.

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgados na segunda-feira, dia 18, o estoque geral do país cresceu 106.205 vagas em abril, mas o específico dos bancos caiu 437 postos. No mês passado o cenário foi parecido.

O vexame é agravado pelos resultados do setor de serviços, onde os bancos se enquadram. Sozinho, foi responsável por quase 60% (59.279) das vagas criadas em abril. Dentre todos os segmentos que compõem o setor de serviços, somente os bancos apresentaram mais demissões que contratações, longe do segundo pior resultado – serviços médicos e odontológicos – que teve balanço positivo de mais de 9 mil postos.

Retomada – O mês de abril foi o terceiro consecutivo com resultado positivo e é o melhor desde setembro do ano passado, último antes da crise internacional, quando o saldo cresceu em 282.841 vagas. De lá para cá, a curva se inverteu: em outubro o saldo cresceu menos (61.401) e nos três meses seguintes, o saldo caiu com o fechamento de 40.821 em novembro, 654.946 em dezembro e 101.748 em janeiro.

A retomada do crescimento começou em fevereiro com a criação de 9.179 vagas e se intensificou em março, com o aumento de 34.818 postos no saldo do país. Entre janeiro de 2003 a abril de 2009 foram gerados 7.769.426 postos de trabalho. O estoque de trabalhadores com carteira assinada no Brasil é de 32,04 milhões.

Indústria e Comércio – A indústria de transformação, embora tenha aumentado o estoque em somente 183 vagas, interrompeu a acentuada trajetória de fechamento de postos verificada nos cinco meses anteriores. Em março, por exemplo, o setor registrou perda de 35.775. Outro que reverteu a curva descendente foi o comércio, após quatro meses. O crescimento do estoque foi de 5.647 postos de trabalho.

Fonte: André Rossi, Seeb SP