O levantamento também considera os dados divulgados nos balanços dos cinco principais bancos (Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander), que revelam o número de funcionários de cada holding.
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Segundo dados da pesquisa, em 2011, a remuneração média dos admitidos foi de R$ 2.430,57, e a dos desligados de R$ 4.110,26, uma diferença de 40,87%. No ano anterior, a diferença era de 37,60%. "Isso demonstra o acirramento da estratégia espúria dos bancos de utilizar a rotatividade para reduzir a despesa de pessoal", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
"É uma política que prejudica toda a categoria, deixando os bancários permanentemente em tensão por medo de demissões. Enquanto isso, os cinco maiores bancos registraram um lucro líquido de R$ 50,7 bilhões, em 2011, número 9,8% maior do que no ano anterior, e aumentaram a remuneração de seus executivos. É uma situação absurda", sustenta.
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A análise do saldo de empregos por faixa de remuneração reforça essa visão. O resultado foi positivo apenas para as faixas até três salários mínimos, enquanto as faixas salariais acima desse patamar apresentaram saldos negativos. O maior saldo aconteceu na faixa de remuneração entre dois a três mínimos, que teve crescimento de 30.409 vagas.
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Empregos crescem menos
O saldo de 23.599 novos postos de trabalho representa uma expansão de 4,88% no emprego bancário. No entanto, o número é menor do que os 24.032 empregos criados em 2010, o que significa uma redução de 1,80%. Além disso, na comparação com o saldo de 1.944.560 vagas criadas em todos os setores da economia em 2011, os bancos contribuíram com apenas 1,21% do total.
"O setor de maior lucratividade da economia, exceto Vale e Petrobras, não pode ter uma contribuição tão pequena para a geração de empregos e o desenvolvimento do país", destaca Cordeiro. "É uma distorção ainda mais profunda ao olharmos o Itaú, que obteve em 2011 um lucro líquido de R$ 14,62 bilhões, o maior da história do sistema financeiro nacional, mas fechou 4.058 vagas. Não podemos aceitar essa falta de compromisso dos bancos com a sociedade brasileira", completa.
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Os dois maiores bancos privados do país apresentaram tendências opostas em relação ao emprego em 2011. Enquanto o Bradesco liderou a criação de novas vagas, com 9.436 empregos de saldo, o Itaú foi a única entre as cinco mais instituições financeiras a fechar postos de trabalho.
Segundo análise do Dieese, o crescimento do Bradesco é resultado de um grande investimento na abertura de novas agências, estratégia adotada após a perda da licitação do Banco Postal para o Banco do Brasil. No caso do Itaú, segundo o relatório de administração da empresa, as demissões foram resultado da reestruturação na área de crédito, com a intenção de passar as atribuições para "parceiros varejistas", ou seja, terceirizar as atividades do setor com o fim de enxugar a estrutura do banco e reduzir custos.
Itaú fecha 4.058 empregos em 2011
Estoque de funcionários e saldo de emprego nos cinco maiores bancos do país
Brasil – Janeiro a Dezembro de 2011
Banco |
Dezembro |
Variação |
||
2010 |
2011 |
relativa |
absoluta |
|
Banco do Brasil |
109.026 |
113.810 |
4,39% |
4.784 |
Caixa Econômica Federal |
83.185 |
85.633 |
2,94% |
2.448 |
Bradesco |
95.248 |
104.684 |
9,91% |
9.436 |
Itaú Unibanco |
102.316 |
98.258 |
-3,97% |
-4.058 |
Santander |
54.406 |
54.602 |
0,36% |
196 |
Total |
444.181 |
456.987 |
2,88% |
12.806 |
Fonte: Balanços dos Bancos
Elaboração: DIEESE – Rede Bancários
Para Carlos Cordeiro, a questão do emprego é fundamental para os bancários e para toda a sociedade. "É um dos temas que queremos discutir em uma Conferência Nacional do Sistema Financeiro. Queremos que os bancos assumam suas responsabilidades perante o povo brasileiro, e isso inclui a promoção do emprego decente para garantir melhores condições de trabalho e qualidade de atendimento", conclui.
Fonte: Contraf-CUT