De acordo com o secretário municipal da fazenda (Semfaz), Wilson Correa todos os bancos foram notificados para melhorar a qualidade de serviço aos usuários e clientes. "Em reunião com Ministério Público todos foram informados sobre as sanções que sofrerão caso não respeitem as leis, entres elas está a multa por espera em fila (passando do prazo) de R$ 1.042 por denúncia e no conjunto todo, banheiros e água e fila a multa será de R$ 220.600. Se mesmo assim não resolverem o problema, a agência será interditada até que resolva o problema", disse. Ele informou que a população pode ligar para 0800 6471301 ou 3901 3100 para fazerem as denúncias. "No momento da denúncia iremos confirmar os fatos no local, constatando a irregularidade, a empresa receberá a punição".
Mais de duas horas esperando na fila
Na última terça-feira, a maior demora para atendimento nas agências constatada pela reportagem foi na agência Bradesco da avenida Sete de Setembro, com a senha número 0371 (hora 10h41m) a reportagem conseguiu chegar na vez duas horas depois (hora 12h45m). O menor tempo registrado foi no Banco da Amazônia, onde o atendimento aconteceu em sete minutos, entretanto o movimento era pouco, não havia ainda senha e nem acessibilidade para o bebedouro.
Na Caixa Econômica Federal (CEF) da avenida Carlos Gomes, as filas já começam para pegar a senha, foram dez minutos para conseguir o número e mais 30 minutos para ser atendido. Na CEF, Emanuel Moraes de Oliveira tentou abrir uma conta empresarial, mas por passa uma hora e pouco na espera desistiu. "É um absurdo passar todo este tempo para abrir uma conta, vou procurar outra agência, aqui não dá", criticou o empresário. A empregada doméstica Francisca Santana disse que passa o dia todo na agência toda vez que precisa resolver algo na CEF. "Em todos os lugares é assim, ninguém respeita ninguém, você tem que se programar e passar o dia todo no banco para fazer alguma coisa", conta.
Na agência Itaú da avenida Dom Pedro II, além da demora de 35 minutos, o sistema de senhas não funciona. Em conversa com o gerente da agência, que não se identificou, ele disse que a empresa está ciente da lei municipal. No Itaú, Maria Magalhães esperou meia hora pelo atendimento, mas em comparação com as outras agências achou rápido. "Em outras eu demoro mais, aqui está bem melhor". No Banco do Brasil, na agência da avenida Dom Pedro II com rua José de Alencar a espera pelo atendimento chegou a 40 minutos. Para o funcionário público Pedro Pereira, o dia todo de trabalho é perdido para resolver assuntos bancários. "É um dia dedicado para pagar uma conta, resolver algo no banco", afirma. Nas outras agências o atendimento chegou de 25 a 35 minutos, e houve muita dificuldade em encontrar bebedouros e banheiros.
Número de funcionários é pequeno
O presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Rondônia (Seeb), Cleiton dos Santos disse que um dos problemas para o mau atendimento nas agências é a falta de funcionários. "O problema da demora nas filas está associado principalmente ao número de bancários, se contratarem 50% de funcionários no estado o problema estaria no momento resolvido". Hoje os bancos de Rondônia têm cerca de 1.600 funcionários. Segundo Santos a conscientização da população para denunciar o problema conseguirá fazer com que as empresas respeitem a legislação municipal. "Só com a ajuda da população poderemos mudar a forma com que as empresas atendem o cliente e o usuário".
Ele acredita que caso algumas agencias forem interditadas, não afetará os clientes mas principalmente o banco, pois causará grandes prejuízos. "As pessoas têm que se conscientizar que pagam pelo serviço bancário, por um bom atendimento, que sendo feito de má qualidade acabará influenciando em perdas maiores para o próprio usuário, além de desrespeitar leis". Para Santos, para evitar o fechamento com certeza as agências irão resolver a situação para não ter prejuízos. Se suspenderem o alvará de funcionamento dos bancos, acontecerá por culpa das próprias empresas, que tiveram duas oportunidades para resolver a situação, com a primeira multa, rescindindo o caso e até a interdição, mas creio que elas [empresas] não querem ter suas atividades suspensas e vão reverter o problema", completou.
Fonte: Diário da Amazônia