Crédito: Agnaldo Azevedo
Os bancos mantiveram sua postura antissindical e contrária ao direito de greve dos trabalhadores em audiência convocada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para discutir a denúncia feita pela CUT, Contraf-CUT e entidades sindicais de bancários e de outros setores junto à Organização Internacional do Trabalho (OIT) contra a utilização pelas empresas e acolhimento pelo Estado brasileiro de práticas antissindicais. A reunião aconteceu na terça-feira, 19, em Brasília.
"O interdito é um instrumento jurídico de natureza civil, muito utilizado em discussões de reintegração de posse e propriedade. Não é esse o caso de uma greve de bancários, que não possui nenhuma característica de ocupação", afirma Miriam Fochi, secretária de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT, que representou a entidade na audiência.
A reunião havia sido marcada para o dia 13 de setembro, mas a Fenaban e os bancos HSBC, Caixa, Bradesco, Safra, Santander e Itaú Unibanco, citados na denúncia, não enviaram representantes. A Fenaban enviou uma carta ao MTE, justificando a ausência por problemas de agenda. Os bancos citados também não compareceram.
Na reunião de terça, os bancos tentaram novamente atrasar a discussão, questionando a validade da representação dos trabalhadores. Os bancários lamentam também a morosidade do governo brasileiro na apuração dos fatos e proposição de encaminhamentos para combater as práticas antissindicais adotadas pelas empresas.
A representação dos trabalhadores apresentou documentos que serão aditados à denúncia, parte deles mostrando novas atitudes dos bancos durante a Campanha Nacional dos Bancários 2010. "Há casos de bancos que utilizaram helicópteros para colocar trabalhadores para dentro das unidades, abusaram dos interditos proibitórios e outros problemas sérios. Em Brasília, o Itaú Unibanco chegou a pedir numa ação de interdito a aplicação de multa e até mesmo a prisão do presidente do sindicato. Isso é um abuso", afirma Miriam Fochi.
Fonte: Contraf-CUT, com Seeb SP