Rogério Estevão, diretor de empréstimos pessoais do Santander, diz que o projeto do banco também tem a ver com o intuito de fidelizar o cliente:
– Nós queremos ficar com o cliente por muito tempo e, se não há crédito consciente, há inadimplência e podemos perdê-lo.
No Itaú Unibanco, a principal aposta, além das cartilhas, é estreitar o relacionamento com o cliente. Saber se o correntista está "no vermelho ou no azul" é o primeiro passo, conta Denise Hills, superintendente de sustentabilidade. Os dois executivos admitem que a preocupação se dá principalmente porque o crédito no Brasil é usado, sobretudo, para o consumo e não para empreender, por exemplo.
– É perceptível que há muita gente que não sabe o que é cheque especial, cartão de crédito e crédito – afirma Estevão.
O HSBC aposta nas informações online. No site do banco, há uma página bem elaborada e interativa para que o cliente pesquise antes de adquirir o crédito. Dicas de como elaborar um orçamento, ferramentas que calculam quanto de juro a pessoa pagará com determinado financiamento e explicações didáticas sobre cada uma das linhas de crédito são algumas das opções disponibilizadas.
Para Angela Menezes, professora de Finanças do Insper, o interesse dos bancos pelo crédito consciente se dá sobretudo por causa da forte entrada das classes C e D no setor bancário.
– Estamos falando de uma fatia da população que nunca teve conta em banco e quer comprar uma porção de coisas – diz Angela.
Fonte: Zero Hora