Esses três senhores têm em comum uma grana preta para investir, viverem de olho em países como o Brasil e zelarem para que nossas políticas engordem os lucros de suas instituições e rendam-lhes bônus folgazões.
Daí terem se queixado do atual governo brasileiro, em matéria da "Folha de São Paulo", de 14/10.
Para seus gostos, a presidente Dilma Rousseff intervém demais na economia e o baixo crescimento do PIB faz desmanchar seus interesses pelo país.
Como sempre, são citados números a partir de instantes "zero" que justifiquem seus cequedês.
Desde a posse do governo, o investimento líquido em ações e títulos de dívida caiu de 1,8% para 0,3% do PIB. Como se EUA, Europa e Japão não estivessem absorvendo grande parte da liquidez despejada pelos seus Bancos Centrais.
Para indicar que o saldo dos investimentos em ações e dívidas pública e privada recuaram 80%, vai-se a 2001, quando virávamos a bolsinha do rentismo num mundo que nem sonhava com bolhas e depressões.
Se da posse de Dilma até aqui os investimentos diretos cresceram, fica como mero detalhe.
Não recomendo aos leitores a dor expressa na seguinte frase de Mr. Sharma: "O governo implementou uma série de medidas anticapital que podem até ser boas para a população, que vai pagar menos juros no cartão de crédito, mas que não agradam ao investidor".
Bonzinho, não? E logo nos lança ao fundo de poço das sanhas intervencionistas de Argentina e Venezuela contrapostas à liberalidade mexicana.
Que uma taxa de investimento de 20% do PIB é baixa e precisa superar os 25%, sabemos. Que ao investimento público resta sair dos atuais 2% e, pelo menos, dobrar, também. Mas aqui estamos falando de investimento produtivo.
Nossa direção será aumentar os investimentos públicos, sem diminuir o consumo das famílias, hoje por volta de 60% do PIB, pois é isto que faz a iniciativa privada investir com confiança. Algo que o governo precisa induzir diminuindo o seu consumo, hoje 21% do PIB, reorientando-o para investimentos.
Conter o potencial de ganhos de Sharmas, Saouls e Mobius, ajuda.
Para eles uma singela pergunta diante de um intervencionismo brasileiro que nem chega a lhes fazer coceguinhas: nenhuma palavra sobre a "emergente" economia chinesa, regida como de mercado por partido político único, o comunista?