Após realizar testes de estresse nos principais bancos, o governo americano deve aumentar a pressão para que as 19 maiores instituições financeiras do país aumentem sua capitalização e passem a trabalhar com mais segurança, segundo o "Wall Street Journal". O objetivo é recuperar a imagem do setor, abalada após a intensificação da crise financeira.

De acordo com informações extraoficiais da rede de televisão CNBC, não comentadas pelo governo, pelo menos um banco teria enfrentado dificultades no teste de estresse. Especialistas afirmam que o teste pressiona as instituições a ampliar seus controles internos.
"Nós acreditamos que a maioria dos bancos vai precisar elevar o capital", disse Dino Kos, ex-diretor de mercado no Federal Reserve Bank of New York e atual diretor de mercado da Portales Partners LLC.

O Federal Reserve não quis comentar as declarações. O resultado da avaliação deve ser divulgado em 4 de maio, mas as instituições já receberam informações preliminares. Os testes de estresse têm sido realizados para simular até que ponto os bancos suportam uma piora em seu desempenho, desencadeado especialmente pela elevação da inadimplência. Com os testes, o Fed tenta quantificar os níveis de capitalização necessários para que os bancos atravessem momentos mais críticos. As 19 instituições avaliadas pelo incluem Citigroup, Bank of America, Goldman Sachs, Gmac, MetLife e bancos regionais.

Os bancos têm até amanhã para rever as conclusões do governo. A partir daí, reguladores discutirão as constatações preliminares com as instituições. Na sexta-feira, os mercados financeiros reagiram bem aos primeiros comentários em relação aos testes, que teriam apontado bom desempenho das instituições financeiras.

Apesar de a crise dar sinais de arrefecimento, o sistema financeiro ainda atravessará uma longa jornada até estar novamente saudável. Na última sexta-feira, o First Bank of Idaho foi fechado pelos reguladores bancários dos Estados Unidos. Com mais esse caso, chega a 29 o número de instituições financeiras que quebraram nos EUA em meio à atual crise. O custo da quebra do First Bank of Idaho para as autoridades norte-americanas deve ficar em US$ 191,2 milhões.

Fonte: Folha de São Paulo, com agências internacionais