No caso peruano, o crescimento é atribuído especialmente à oferta de crédito para micro, pequenas e médias empresas. Foram disponibilizados no ano passado cerca de US$ 850 milhões em linhas voltadas à reestruturação de dívidas e garantias de exportações dessas empresas, segundo informou o presidente da Corporação Financeira de Desenvolvimento (Cofide), Alfonso Zárate.
"O papel fundamental dos bancos públicos foi dar o respaldo necessário para as empresas. Isso tranquilizou muito o mercado", afirmou o executivo. Passada a crise, a expectativa é de que o PIB peruano cresça algo próximo a 7% neste ano.
Guardadas as proporções, uma estratégia semelhante foi adotada na Bolívia. Segundo o representante do Banco Central daquele país, Misael Miranda, o governo deu fôlego financeiro de US$ 140 milhões às pequenas empresas, especialmente do setor agrícola, com juros sensivelmente menores do que os praticados pelos bancos privados.
Parte dos recursos emprestados, segundo ele, chegou ao caixa do governo após a nacionalização de algumas empresas que atuam no país. Além dos empréstimos, foram reforçados os programas sociais de transferência de renda, semelhantes ao Bolsa Família brasileiro.
O dinheiro, entregue às famílias de estudantes pobres, teria ajudado a aquecer o consumo interno na Bolívia. A expectativa para é de crescimento do PIB de 4,5% este ano.
Os dois executivos participaram da 40ª Assembléia Geral da Associação Latino Americana de Instituições Financeiras (Alide), entidade que reúne bancos de desenvolvimento da região, evento promovido pelo Banco do Nordeste.
Fonte: Valor Econômico / Murillo Camarotto, de Fortaleza