O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou, na solenidade de posse do novo presidente da Nossa Caixa, Demian Fiocca, que os bancos públicos estão sendo os responsáveis por boa parte da elevação do volume de crédito concedido ao mercado e cada vez mais vão atuar para elevar a concessão de financiamentos e reduzir os juros de tais operações.
"Eu espero que os bancos privados voltem a aumentar a concessão de crédito devido à concorrência que os bancos públicos vão fazer. Se não aumentarem o crédito, vão perder clientes para os bancos públicos. E é isso mesmo o que a gente deseja – maior competição e elevação da concessão de empréstimos por parte dos bancos públicos e bancos comerciais", disse o ministro.
Ainda durante a solenidade, Mantega afirmou que o crédito na economia está se restabelecendo mas ainda não voltou à normalidade em relação ao que havia antes da piora da crise internacional, em setembro. Segundo ele, o governo poderá adotar medidas adicionais, como o aumento da liberação de depósitos compulsórios de forma direcionada para algumas áreas, caso o Poder Executivo julgue necessário. "Poderá haver novas liberações de compulsórios, se o governo achar necessário para irrigar alguns segmentos específicos", comentou.
Mas o ministro acrescentou que a eventual liberação de uma parcela desses recursos que estão em poder do Banco Central terá contrapartidas que serão exigidas dos bancos comerciais. "Não vamos dar de graça, porque o compulsório não é remunerado. Sempre tem uma contrapartida, por exemplo, ou você empresta para fazer investimento e ganha uma taxa menor (de rentabilidade) ou continua com o compulsório não remunerado."
CRÍTICAS
O Banco Central liberou cerca de R$ 100 bilhões em depósitos compulsórios ao sistema financeiro. Alguns analistas, contudo, fizeram críticas no início da liberação desses recursos no último trimestre do ano passado. Segundo eles, apesar de o Banco Central conceder bilhões de reais para os bancos comerciais, uma parcela expressiva desses capitais teria sido direcionada por essas instituições financeiras para a compra de títulos públicos federais, em vez de serem destinados à concessão de empréstimos para empresas e famílias.
Fonte: O Estado de São Paulo / Ricardo Leopoldo