Já o crédito para pessoa jurídica, ganhou força neste ano. De acordo com a pesquisa, esse segmento deverá apresentar alta de 19,4% em 2010, ante o pequeno crescimento de 1,6% registrado em 2009. "O grande crescimento no crédito às empresas é reflexo da melhora na confiança na economia brasileira, no avanço da produção industrial, entre outras variáveis", explicou o economista.
Quando comparada com a última projeção (20,8%), no entanto, as estimativas são menores. "Mas isso reflete muito mais um otimismo exagerado da projeção anterior do que um pessimismo", completou Sardenberg.
O economista destacou o crescimento do crédito para pequenas e médias empresas, que, como foi revelado hoje pelo Valor, ganhou ênfase nos balanços dos bancos no segundo trimestre. Na opinião de Sardenberg, essa situação pode se refletir, inclusive, na elevação "natural" das taxas de inadimplência nos empréstimos acima de 90 dias. As estimativas da Febraban apontam para uma inadimplência de 4,7%, ante os 4,5% anteriormente previstos.
A recuperação do crédito no sistema financeiro brasileiro reflete ainda o crescimento das projeções do Produto Interno Bruto do país para este ano.
A Febraban mostrou que os bancos projetam uma expansão de 7,2% para 2010. "O que está implícito neste número é que a economia brasileira volta a crescer em um ritmo moderado. Para mim, a grande dúvida agora é se fechamos na faixa dos 7% ou se fechamos um pouco mais", disse o economista.
Depois da diminuição da velocidade do aperto monetário realizada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em sua última reunião, a Febraban espera que a taxa Selic chegue ao fim do ano no patamar de 11%, sendo que as projeções anteriores apontavam para 11,75%.
A pesquisa foi realizada entre os dias 29 de julho e 02 de agosto e abordou 32 bancos no país.
Fonte: Valor Econômico