Ele explicou que os bancos foram surpreendidos pelo desempenho da economia e o que acabou ocorrendo é que houve, "relativamente", uma distribuição mais baixa de dividendos. "Não só o setor bancário, mas a grande maioria dos setores e dos formadores de opinião esperava uma queda do PIB (Produto Interno Bruto) em torno de 1% e a gente teve praticamente zero".
O economista lembrou que, ainda assim, os bancos continuam entre os maiores distribuidores de dividendos e juros no mercado nacional. "A gente espera que o setor bancário, agora em 2010, venha compensar essa perda. Ele teve um resultado mais positivo do que esperava e, provavelmente, esse resultado vai se reverter em mais dividendos e juros sobre capital próprio aos acionistas", afirmou.
O setor bancário teve expansão de 21,5% no patrimônio líquido no ano passado. Da mesma forma, a receita de intermediação financeira cresceu 15,3%, os créditos totais aumentaram 10,7% e o lucro líquido subiu 14,7%, alcançando R$ 32,8 bilhões.
Segundo o economista, a crise internacional fez com que os bancos se voltassem para o desenvolvimento de outros produtos. Os carros-chefes foram o crédito imobiliário e o financiamento à construção civil. "E a diversificação trouxe retorno. Com a crise e a redução da taxa de juros paga em cima dos títulos públicos, o que você teve é que os bancos partiram para correr um pouco mais de risco e, em consequência, auferir retorno mais elevado".
O estudo revela ainda que o valor de mercado dos bancos nacionais na BM&F Bovespa aumentou 88,67% no ano passado, enquanto o avanço médio das demais empresas listadas ficou em 72,08%.
Outros setores também tiveram desempenho positivo no ano passado, como energia, varejo, telecomunicações, petróleo e gás e mineração. Os resultados sobre esses setores serão divulgados para o mercado à medida que os estudos da GRC forem sendo concluídos para integrar o anuário da Abrasca. A GRC Visão acompanha 22 setores brasileiros.
Fonte: Folha de S.Paulo