Para evitar transtornos e poder corrigir eventuais bugs (falhas), o Itaú planeja fazer a conversão em grupos de cerca de 30 agências por fim de semana.
A migração ocorre entre a noite de sábado e a madrugada de domingo. Até a semana passada, o banco já tinha trocado as bandeiras de 36 agências. No sábado e ontem, outras 30 unidades do Unibanco foram "tombadas" para a rede do Itaú.
No caso, a migração de uma agência não é só mudança visual. Implica ao cliente a troca de número de agência, conta, senha, cartão magnético e talão de cheques. Segundo o Itaú, a conversão é comunicada por carta com 30 dias de antecedência e os novos cheques e cartões chegam pouco antes.
Os bancos já tinham equalizado as políticas de preços e serviços, por exigência do Banco Central para aprovar a fusão.
Para comandar a conversão, o Itaú montou uma "war room" [sala de guerra, em inglês], local de reuniões adaptado para tomada de decisões rápidas.
"Estamos montando uma "war room", onde, a cada migração, procuramos minimizar os possíveis impactos. Temos muita experiência de migração de agências, mas, com o Unibanco, é diferente. É um banco grande, com produtos de qualidade.
Quando você migra um banco que não tem tantas funcionalidades, é mais fácil, porque o cliente sempre sai ganhando bastante. Nesse caso, a gente está preocupado em mostrar que o cliente não está perdendo", disse Arnaldo Pereira Pinto, diretor de atendimento do cliente pessoa física.
Os bancos evitam tocar no assunto, mas o pior que pode acontecer, segundo a Folha apurou, é ocorrer alguma pane na rede nova, quando passa a "rodar" dados da antiga. No entanto desde a criação do SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro), em 2002, está descartada a perda de dados. Há uma série de "backups" e de sistemas de contingência.
No Banco do Brasil, os testes para conversão de agências da Nossa Caixa foram todos concluídos. Duas agências já foram convertidas, uma em São Paulo e outra em Brasília. "Já fizemos a migração de vários processos críticos: cartões, CDBs e câmbio. Agora começa a etapa mais importante", disse Dan Conrado, diretor do BB em São Paulo.
O Santander preferiu investir primeiro em propaganda de massa, mostrando a união de culturas bancárias diferentes, para preparar terreno para a conversão das agências.
Segundo Fernando Martins, vice-presidente de estratégia de marca do Santander, já foram feitos 4 dos 7 testes previstos de conversão das agências bancárias, que deverá ocorrer no terceiro trimestre. "As redes já estão interligadas, mas serão uma só. Identificamos o que era melhor em cada uma e levamos para a definitiva", disse.
Fonte: Folha de São Paulo / TONI SCIARRETTA