Uma funcionária do Itaú da Avenida dos Autonomistas, em Osasco, passou por momentos de terror ao ser ameaçada por marginais que pretendiam assaltar a agência. Segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo apurou, a bancária foi abordada em sua residência nas primeiras horas da manhã desta terça-feira, dia 21, e teve artefatos amarrados a seu corpo – os policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) averiguaram que no cinto continham pilhas, pedaços de fio e capas de telefone celular, presos com fita isolante.

Não havia material explosivo e familiares foram mantidos reféns pelos bandidos. Depois, ela foi obrigada a se dirigir à agência onde trabalha para conseguir o resgate exigido pelos bandidos para que sua família fosse libertada.

A bancária permaneceu na agência com os artefatos presos ao corpo e a polícia foi acionada. Por volta das 10h, uma equipe do Gate chegou ao local, retirou os falsos explosivos e a funcionária foi encaminhada a um hospital.

Momentos depois, a PM confirmou que os familiares da bancária – a filha, a neta e a empregada da casa – foram libertados, por volta das 10h30, no bairro Jardim Mutinga, na cidade de Barueri.

Representantes do Sindicato estiveram na agência acompanhando os bancários durante todo o drama e conversaram com os trabalhadores sobre as condições psicológicas de cada um e a necessidade de afastamento.

A secretária-geral do Sindicato, Juvandia Moreira, entrou em contato com a direção do Itaú Unibanco e cobrou a emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e o atendimento necessário à bancária.

Nota em repúdio à falta de segurança que torna bancários vítimas recorrentes de seqüestro

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região lamenta a violência a que a gerente de uma agência de Osasco e seus familiares, vítimas de sequestro, foram submetidos, e cobra providências da federação dos bancos (Fenaban) como por exemplo, acabar com a obrigação de os trabalhadores portarem a chave do cofre da agência.

Segurança é uma reivindicação permanente dos bancários e é um dos eixos principais da campanha nacional da categoria, deliberada em conferência nacional encerrada no último domingo, 19. Além de questões econômicas, os bancários entregarão nos próximos dias à Fenaban a pauta de reivindicações 2009, que também inclui questões de segurança como a retomada da Comissão de Segurança, formada por representes de bancários e banqueiros com o objetivo de elaborar um plano com medidas específicas para prevenir assaltos e que visem a segurança, integridade física e psicológica dos trabalhadores.

Os bancários também querem que seja extinta a tarefa de transporte e guarda de quaisquer numerários, malotes e de chaves de acesso aos cofres, bem como a guarda de acionadores de alarme, ficando esses serviços sob responsabilidade de empresas especializadas em segurança.

As reivindicações também incluem o estabelecimento de medidas reparatórias em decorrência de assaltos e seqüestros e indenização por morte ou incapacidade em decorrência de assalto.

Além disso, os bancários exigem mudanças na lei federal nº 7.102/83 que trata da segurança nos estabelecimentos bancários do país. Na semana passada, representantes dos bancários e dos vigilantes entregaram ao ministro da Justiça, Tarso Gero, uma proposta de projeto de lei para atualizar a norma em vigor.

Os funcionários de bancos convivem diariamente com a falta de segurança e muitos trabalhadores são vítimas dessa violência que quando não termina em morte, deixa reflexos como o adoecimento. Não é à toa que os bancários estão entre as categorias que mais sofrem com doenças mentais, entre elas a síndrome do pânico e estresse pós-traumático. Essa triste história de hoje não é um fato isolado e precisa ser mudada.

Juvandia Moreira Leite
Secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região

Fonte: Jair Rosa – Seeb/SP