O bancário acusado injustamente por suspeita de ter facilitado o assalto a uma agência do Banrisul em Canoas, em março deste ano, foi libertado na tarde de quinta-feira, dia 16. Logo após a saída do Presídio Central, ele se encontrou com os filhos e a esposa. Também recebeu o apoio de dirigentes do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, que fizeram uma manifestação na quarta-feira, dia 15, no centro da capital gaúcha.

Na Casa dos Bancários, acompanhado de diretores do Sindicato e dos advogados Renata Jardim da Cunha Rieger e Giovani Agostini Saavedra, ele concedeu entrevista coletiva. O bancário fora preso na terça-feira, dia 14.

"Até agora ainda não sei o motivo da minha prisão. Infelizmente eu não sei do que eu estou sendo acusado. Agora quero descansar, cuidar da minha família e retornar ao meu trabalho", disse o banrisulense ao responder uma das perguntas dos jornalistas.

"Ele não é uma pessoa perigosa, está no mesmo emprego há mais de 30 anos e tem residência fixa", frisou Renata ao destacar os argumentos utilizados pelo juiz para conceder o alvará de soltura ao bancário.

"O Sindicato não vai abrir mão de cobrar os esclarecimentos deste caso. Entendemos que houve abuso de autoridade, por isso exigimos a apuração dos fatos", acrescentou o presidente do SindBancários, Juberlei Bacelo.

A fim de cobrar os esclarecimentos, o Sindicato cancelou a reunião que teria na tarde de quinta-feira com o secretário-adjunto de Segurança Pública do RS, Juarez Pinheiro. "Suspendemos o encontro porque a nossa prioridade era a soltura do bancário", explicou o presidente do Sindicato.

Nesta segunda-feira, dia 20, às 16h, o SindBancários terá uma audiência no Ministério Público do Rio Grande do Sul.

Manifestação e solidariedade

Aos gritos de "libertem o bancário" e "bancário não é ladrão", a categoria fechou a avenida Borges de Medeiros no final da tarde de quarta-feira, mostrando toda a indignação com o ocorrido.

"É uma arbitrariedade prender um trabalhador sem haver prova consistente contra ele. O delegado Juliano Ferreira promoveu um show pirotécnico. Em uma franca demonstração de abuso de poder, mais de 20 policiais foram mobilizados para prender uma pai de família, de ficha limpa e irretocável", afirmou Juberlei.

"É uma leviandade o delgado Juliano Ferreira insinuar que o bancário teria relação com outros assaltos. Esperamos que ele repense sua postura e tenha declarações mais responsáveis", observou o diretor Jurídico do SindBancários, Lucio Paz.

O SindBancários tinha em mãos, inclusive, um abaixo-assinado com o nome de aproximadamente 50 colegas da agência onde o acusado trabalha, atestando sua idoneidade. Com mais de 30 anos de banco, eles atestaram que o bancário é admirado no ambiente de trabalho e nunca ninguém presenciou qualquer ato de má conduta.

O diretor de Políticas Sociais e Cidadania do SindBancários, Mauro Salles, afirmou que a entidade não medirá esforços para reverter a injustiça. "A família sempre ressaltou que ele é um homem de caráter, trabalhador e de confiança e o viu ser arrancado por uma tropa de policiais, saindo algemado da própria casa. Vamos fazer de tudo para limpar o nome do bancário".

Fonte: Contraf-CUT com Seeb Porto Alegre

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