A Contraf-CUT e a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco reuniram-se nesta quinta-feira 28 com a direção do banco para prosseguir as negociações frente ao processo de fusão atualmente em curso. Estiveram na pauta a garantia de emprego, central de realocação, PCR (Participação Complementar nos Resultados) e equalização de direitos.

Em relação à PCR, o banco assegurou que este ano o programa será estendido a todos os funcionários dos dois bancos. No início da rodada de negociação, os representantes do Itaú Unibanco tentaram condicionar esse debate à discussão da PLR na Fenaban, que também está em curso (tem nova negociação nesta sexta-feira 29).

"Argumentamos que a discussão não cabia na mesa da Fenaban, uma vez que se trata de negociação específica com o banco. Acabaram aceitando, o que foi um avanço na negociação, já que contemplará a totalidade dos bancários dos dois bancos", afirma Jair Alves, coordenador da COE Unibanco. O debate sobre os valores e indicadores será realizado nas próximas negociações.

Centro de realocação

A direção do banco fez uma apresentação sobre o Centro de Realocação, mostrando que já foram realocados 1.135 bancários e outros 302 estão em processo de mudança de área, totalizando 1.437, entre os quais há muitos funcionários da financeira Taií. Desse total, 505 foram realocados em agências, 291 nas financeiras e área de cartões, e as demais em empresas da holding.

Os dirigentes sindicais questionaram o banco sobre a dificuldade que muitos funcionários dos dois bancos estão tendo para acessar no sistema a localização das vagas disponíveis. A empresa assumiu o compromisso de solucionar o problema.

Também foi cobrado pelo movimento sindical mais postos de trabalho nas agências do Itaú-Unibanco.

Equalização de direitos

A Contraf-CUT e a Comissão de Organização dos Empregados também cobraram do Itaú Unibanco garantias de preservação dos direitos dos bancários dos dois bancos, aí incluída a manutenção do IAPP (Unibanco), que é quem subsidia a taxa do crédito imobiliário e do seguro de automóvel, entre outras coisas. Os representantes da empresa disseram que esses benefícios continuam em vigor.

Os representantes dos bancários informaram ao banco que estão elaborando proposta de transformação do IAPP em associação dos funcionários, com gestão compartilhada entre as duas partes – ou seja, metade da direção eleita pelos associados e a outra metade indicada pela empresa.

Em relação aos convênios médicos, o banco informou que contratou consultoria para formatar uma proposta que unifique os planos de saúde dos dois bancos. O movimento sindical espera negociar em breve as condições que envolvem os planos de saúde das duas empresas.

Outro assunto bastante discutido foi o Plano de Cargos e Salários (PCS). "Cobramos do banco que apresente tanto o PCS do Itaú quanto o do Unibanco, para que possamos formular propostas de interesse dos trabalhadores", afirma Wanderley Crivellari, presidente do Sindicato de Londrina e coordenador da COE Itaú.

PDV para aposentados

O banco apresentou aos dirigentes sindicais seu Plano de Demissão Voluntária para os bancários que já estão aposentados pelo INSS ou estão em condições de se aposentar, mas continuam trabalhando na empresa.

A proposta do banco é a seguinte:

Quem pode aderir ao PDV: aposentados pelo INSS ou com tempo para adquirir aposentadoria, bancários com 50 anos de idade ou mais, e que trabalhem nos prédios administrativos – até o cargo de gerente.

Indenização: 0,3 salário por ano trabalhado, limitado a cinco salários; PLR em valor equivalente ao recebido em 2008; plano de saúde por dois anos, como se estivesse na ativa; auxílio-alimentação por 13 meses;

Efetivação do desligamento: após a adesão, o desligamento poderá ser efetivado em até 12 meses, a critério da área onde o bancário trabalha.

A Contraf-CUT e a COE rebateram de pronto que os incentivos oferecidos pela empresa para os funcionários elegíveis são insuficientes e precisam ser melhorados. Também reivindicaram que o PDV fosse estendido a todos os trabalhadores do grupo – e não apenas para quem trabalha nos prédios administrativos, como quer o banco.

"O fundamental para os bancários é a garantia de emprego. Sobre o PDV, é importante que seja garantida a voluntariedade na adesão, ou seja, adere somente quem quiser, sem que haja pressão por parte do banco. Além disso, os incentivos precisam ser melhorados significativamente", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

A próxima rodada de negociação será no dia 9 de junho, às 14h.

Fonte: Contraf-CUT