Crédito: Seeb Brasília
Seeb Brasília Mais de 1.000 bancários participaram de paralisações parciais nas agências de bancos públicos e privados do Setor Bancário Sul e do Setor Comercial Sul na manhã desta quarta-feira (16), em Brasília. O expediente nessas agências começou somente ao meio-dia.

As manifestações tiveram o objetivo de mostrar à sociedade que os "Bancos abusam" dos funcionários, dos clientes e usuários e de exigir o atendimento das reivindicações da categoria na Campanha Nacional dos Bancários 2009.

"A participação nas paralisações foi muito significativa. Foi uma demonstração do descontentamento dos bancários em relação à intransigência dos banqueiros na mesa de negociação. A mobilização tem que continuar para conquistarmos nossas reivindicações", afirmou Rodrigo Britto, presidente do Sindicato.

Representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) do DF e dos vigilantes, que sempre integram a luta dos bancários por melhores condições de trabalho e remuneração, apoiaram as atividades dos bancários. Eles também engrossaram as manifestações que denunciaram o descaso dos bancos com seus empregados.

No Setor Comercial Sul, 18 agências foram paralisadas parcialmente. A população entrou no ritmo da mobilização, uma vez que também sofrem com tarifas exorbitantes, juros altos e filas imensas. "Eu uso os caixas e os serviços preferenciais para o idoso e teoricamente não devia esperar muito. Mas fico, em média, uma hora esperando para ser atendido. É um absurdo", afirma Eli Pimentel, cliente do BRB.

As paralisações foram em resposta ao caos vivido em muitas agências, onde funcionários estão sobrecarregados de trabalho devido a um número insuficiente de bancários. Além disso, as cobranças de cumprimento de metas abusivas provocam situações de assédio moral, bem como problemas de saúde ocupacional do trabalhador. A jornada legal de 6 horas diárias, em muitos casos, não é respeitada e não há valorização dos salários dos bancários.

Também ocorreram manifestações no Setor Bancário Sul, em frente à Caixa Econômica e na Praça do Cebolão. Na ocasião, o presidente, Rodrigo Britto, e os demais dirigentes sindicais puderam explicar aos bancários o andamento das negociações e o posicionamento dos bancos em relação às reivindicações.

Situação da negociação

O Sindicato e a Contraf/CUT pretendem que a negociação se conclua de forma diferente este ano. Em campanhas anteriores, a negociação de pontos como o índice de reajuste e a PLR segue até o final de outubro, de forma que os funcionários só conseguem receber quase em novembro. Neste ano, a negociação começou, em mesas temáticas e por bancos, já em maio, com a intenção de concluir a pauta de discussões em setembro e receber a participação nos lucros e resultados em outubro.

Para Britto, "o banco já recebeu estudos de Dieese e do Diap mostrando que as reivindicações são justas e viáveis, e, mesmo depois de quatro rodadas de negociação, ainda não apresentou nenhuma proposta positiva para os bancários".

Demissões injustificadas

Os bancos demitiram 2.224 bancários só nos primeiros seis meses de 2009. Mas as demissões continuam. Neste mês, o Bradesco desligou três bancários, todos com mais de 20 anos de dedicação ao banco. Dois deles estavam de licença médica e, mesmo assim, o Bradesco os demitiu por justa causa.

"Nós não vamos deixar barato essas demissões sem justificativas. O banco não valoriza de nenhuma forma os funcionários", diz Garcia Rocha, diretor do Sindicato. "Sabemos que não está de acordo com as leis trabalhistas e vamos tomar medidas legais sobre o assunto", completa José Avelino, diretor da Fetec Centro-Norte.

Negociações específicas

O presidente do Sindicato, Rodrigo Britto, disse que espera que o presidente do BB mantenha sua palavra, em termos do que disse durante a entrega da pauta de reivindicações específicas de que "o maior ativo do Banco do Brasil são seus funcionários".

Quanto à Caixa, Britto criticou veementemente a posição do banco de descontar os dias parados na greve de 2008. Para ele, "as práticas da Caixa mostram que o banco não respeita os bancários e, caso não haja negociação positiva, poderá haver uma greve específica na Caixa, mesmo após o fim de uma provável greve nacional".

Fonte: Seeb Brasília

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