A fusão dos bancos foi anunciada em 3 de novembro de 2008 e, desde então, o enlace tem rendido frutos para as duas empresas, para os altos executivos e acionistas. Para se ter idéia de como o "matrimônio" foi bom para esse público, basta verificar que o lucro líquido ajustado subiu de R$ 17 bilhões, em 2008, para R$ 35 bilhões, em 2009.
Revolta
Na contramão desses excelentes resultados, a PLR dos funcionários caiu de 2,2 salários no ano passado para 1,8 salário, num ano em que o banco ganhou com a isenção tributária, que passou de R$ 300 milhões para R$ 500 milhões. "Só esse valor já seria suficiente para pagar a PLR de 2,2 salários para todos", diz o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.
Além disso, a fusão resultou em vários outros problemas. Há diferenças salariais entre pessoas nas mesmas funções, setores com três funcionários num espaço para dois e, na outra ponta, departamentos perdendo prazos por falta de pessoas.
"Tudo isso está deixando os funcionários muito descontentes com a fusão", relata Marcolino, destacando a ampliação da mobilização, que já contou com atos em importantes concentrações.
"Para piorar, o banco lançou o Prad (Programa de Remuneração por Alto Desempenho) sem consultar o Sindicato e sem critérios objetivos. O gestor vai definir quem deve receber", conta Marcolino.
"Não adianta criar novos programas. O banco tem de pagar os 2,2 salários para todos e resolver os diversos problemas causados pelo casamento entre Itaú e Unibanco. Isso sim demonstraria a valorização dos bancários que até agora estão pagando caro pela fusão."
Fonte: Seeb São Paulo