Em reunião ampliada e conjunta das Comissões de Organização dos Empregados (COEs) do Santander e Real, organizada pela Contraf-CUT, na última sexta-feira, dia 24, em São Paulo, foi marcado um dia nacional de luta para a próxima quinta-feira, dia 30, visando pressionar o banco espanhol a melhorar a PLR e suspender as demissões. O encontro contou com a participação de representantes dos principais sindicatos e federações de bancários do País.

A mobilização ocorre na véspera do 1º de maio, dia do trabalhador, e na data em que serão realizadas duas assembleias de acionistas do Banco Santander (Brasil) S.A. (nova denominação do Banco Santander S.A. em fase de homologação pelo Banco Central), na Rua Amador Bueno, 474, na capital paulista.

A destinação do lucro de 2008, a distribuição de dividendos e a fixação da remuneração global dos administradores constam entre os itens de pauta da primeira assembleia, às 13h, conforme o edital de convocação. "Aprovar a incorporação do Banco Real pelo Banco Santander, com a conseqüente extinção do Banco Real" é um dos pontos da segunda, às 15h.

"Vamos fazer protestos em todo País e mostrar a indignação dos trabalhadores diante do balanço publicado de 2008, que frustrou a expectativa gerada pelo presidente mundial do Santander, Emilio Botin, quando alardeou, no dia 31 de outubro, que o lucro no Brasil seria de R$ 4,8 bilhões", adianta o funcionário do Santander e secretário da Imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

O lucro oficial foi de R$ 2,759 bilhões, uma brusca involução nos últimos dois meses do ano passado em torno de R$ 2 bilhões. Na prática, um banco mais um banco ficou igual a um, pois o balanço derreteu um banco. "Exigimos a melhoria da PLR", cobra Ademir

"Enquanto funcionários sofrem assédio moral para bater metas abusivas e receberam apenas a regra básica da PLR, o banco pagou bônus milionários para executivos", denuncia o coordenador da COE do Santander, Mário Raia.

"Diante da extinção do Real, vamos intensificar a luta pela manutenção dos empregos e direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras no processo de incorporação", afirma a funcionária do Real e secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT, Deise Recoaro.

Demissões – Os bancários também irão protestar contra as demissões. No primeiro trimestre de 2009, em São Paulo, o Santander e o Real superaram proporcionalmente os números do Itaú e Unibanco.

"Apesar do centro de realocação e da conquista dos aditivos à convenção coletiva, que garantiram instrumentos como o "pijama" e o abono indenizatório para evitar dispensas, o banco continua desempregando trabalhadores, inclusive às vésperas da aposentadoria e até portadores de deficiência física", aponta Mário Raia. "Exigimos o fim das demissões e o respeito aos trabalhadores brasileiros", reivindica.

Adesões ao "pijama"  – Termina na próxima quinta-feira, dia 30, o prazo de adesão à licença remunerada pré-aposentadoria, o "pijama", previsto nos aditivos à convenção coletiva conquistados junto ao Santander e ao Real.

Cabe ressaltar que esse prazo é para os bancários que já reúnem os requisitos necessários para aderirem ao "pijama". A partir do dia 1º de maio e até o dia 30 de março de 2010, quem preencher essas condições deverá fazer a adesão no prazo de até 15 dias.

Nas negociações dos aditivos, o banco se recusou a aceitar estabilidades que superem os requisitos mínimos do INSS para aposentadoria. Dessa forma, os sindicatos estão observando os termos previstos nos aditivos.

Comitê Trabalhista – Também ficou definido que até quinta-feira, dia 30, os sindicatos e federações poderão encaminhar sugestões para a pauta de reivindicações a ser enviada ao Santander e ao Real para as reuniões do Comitê de Relações Trabalhistas, que deverão ser agendadas com os dois bancos para a primeira quinzena de maio.

Fonte: Contraf/CUT

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