Em reunião ampliada e conjunta das Comissões de Organização dos Empregados (COEs) do Santander e Real, organizada pela Contraf-CUT, na última sexta-feira, dia 24, em São Paulo, foi marcado um dia nacional de luta para a próxima quinta-feira, dia 30, visando pressionar o banco espanhol a melhorar a PLR e suspender as demissões. O encontro contou com a participação de representantes dos principais sindicatos e federações de bancários do País.
A destinação do lucro de 2008, a distribuição de dividendos e a fixação da remuneração global dos administradores constam entre os itens de pauta da primeira assembleia, às 13h, conforme o edital de convocação. "Aprovar a incorporação do Banco Real pelo Banco Santander, com a conseqüente extinção do Banco Real" é um dos pontos da segunda, às 15h.
"Vamos fazer protestos em todo País e mostrar a indignação dos trabalhadores diante do balanço publicado de 2008, que frustrou a expectativa gerada pelo presidente mundial do Santander, Emilio Botin, quando alardeou, no dia 31 de outubro, que o lucro no Brasil seria de R$ 4,8 bilhões", adianta o funcionário do Santander e secretário da Imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
O lucro oficial foi de R$ 2,759 bilhões, uma brusca involução nos últimos dois meses do ano passado em torno de R$ 2 bilhões. Na prática, um banco mais um banco ficou igual a um, pois o balanço derreteu um banco. "Exigimos a melhoria da PLR", cobra Ademir
"Enquanto funcionários sofrem assédio moral para bater metas abusivas e receberam apenas a regra básica da PLR, o banco pagou bônus milionários para executivos", denuncia o coordenador da COE do Santander, Mário Raia.
"Diante da extinção do Real, vamos intensificar a luta pela manutenção dos empregos e direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras no processo de incorporação", afirma a funcionária do Real e secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT, Deise Recoaro.
Demissões – Os bancários também irão protestar contra as demissões. No primeiro trimestre de 2009, em São Paulo, o Santander e o Real superaram proporcionalmente os números do Itaú e Unibanco.
"Apesar do centro de realocação e da conquista dos aditivos à convenção coletiva, que garantiram instrumentos como o "pijama" e o abono indenizatório para evitar dispensas, o banco continua desempregando trabalhadores, inclusive às vésperas da aposentadoria e até portadores de deficiência física", aponta Mário Raia. "Exigimos o fim das demissões e o respeito aos trabalhadores brasileiros", reivindica.
Adesões ao "pijama" – Termina na próxima quinta-feira, dia 30, o prazo de adesão à licença remunerada pré-aposentadoria, o "pijama", previsto nos aditivos à convenção coletiva conquistados junto ao Santander e ao Real.
Cabe ressaltar que esse prazo é para os bancários que já reúnem os requisitos necessários para aderirem ao "pijama". A partir do dia 1º de maio e até o dia 30 de março de 2010, quem preencher essas condições deverá fazer a adesão no prazo de até 15 dias.
Nas negociações dos aditivos, o banco se recusou a aceitar estabilidades que superem os requisitos mínimos do INSS para aposentadoria. Dessa forma, os sindicatos estão observando os termos previstos nos aditivos.
Comitê Trabalhista – Também ficou definido que até quinta-feira, dia 30, os sindicatos e federações poderão encaminhar sugestões para a pauta de reivindicações a ser enviada ao Santander e ao Real para as reuniões do Comitê de Relações Trabalhistas, que deverão ser agendadas com os dois bancos para a primeira quinzena de maio.
Fonte: Contraf/CUT