Mobilização em frente à Previ, no Rio de Janeiro
Os bancários e cerca de 500 funcionários da Previ paralisaram suas atividades na terça-feira (17) no Rio de Janeiro contra as práticas antissindicais da gestão atual do fundo, entre elas, a devolução aos quadros do Banco do Brasil de vários funcionários, inclusive de um delegado sindical. Ao final da paralisação, a diretoria da Previ recebeu a direção do Sindicato dos Bancários do Rio declarando que reconhece politicamente os delegados sindicais na Previ.
Os funcionários da Previ acolheram o chamado do Sindicato, entendendo que o momento requer mobilização e solidariedade. Todos os setores ficaram parados. Numa perspectiva de diálogo, lá pelas 14h, a diretoria da Previ aceitou reunir-se com os líderes do movimento, a quem manifestou sua disposição de reconhecer politicamente os diretores do Sindicato e os delegados sindicais, garantindo-lhes as prerrogativas conferidas pelo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do BB – liberações. Entretanto, fica mantida a devolução recente do delegado sindical.
O Sindicato ajuizará uma ação trabalhista pela reintegração do delegado sindical devolvido e acompanhará sua trajetória no banco. O vice-presidente da Contraf-CUT e integrante da comissão de empresa dos funcionários do BB, Carlos de Souza, disse que advertiu os diretores do fundo sobre as práticas antissindicais.
"Dissemos a eles que esperamos que a Previ não seja a causadora de greve no Rio, pois o seu desrespeito está indo além do que fazem os bancos privados", afirma Carlos.
Segundo o sindicalista, também é necessário que exista políticas de combate ao assédio moral em função da total insegurança que hoje os trabalhadores da Previ passam nos casos de devolução ao banco.
"A prática da devolução é tão nociva ou ainda mais perversa que os descomissionamentos que existem no Banco do Brasil. A diferença é que a diretoria da Previ se recusa a estender o direito de três avaliações semestrais negativas para devolução como conquistado no BB nas últimas Campanhas Salariais, como é o caso dos descomissionamentos", ressalta Carlos.
O dirigente ainda destaca que os trabalhadores do Banco do Brasil cedidos da Previ deram um exemplo de solidariedade e mobilização. Os funcionários apoiaram a paralisação e se mantiveram mobilizados durante todo o dia a frente da Previ, completa Carlos.
Para o presidente do Sindicato, Almir Aguiar, a Previ está equivocada ao não reconhecer o delegado sindical. "Desde 2003, quando a figura do delegado sindical foi recuperada pelo governo Lula, a categoria vem elegendo esses representantes fundamentais no movimento. Não aceitaremos ataques à nossa organização. Sabemos que a gestão da Previ tem notas destoantes com o regime democrático, como é o caso do assédio moral que, em absoluto, não podemos aceitar", conclui.
Fonte: Contraf-CUT com Seeb Rio