Crédito: Jailton Garcia – Contraf-CUT
Carlos Cordeiro reiterou que a Campanha Nacional 2010 não deve ser meramente economicista, como apontaram os bancários nas consultas feitas pelos sindicatos e pela pesquisa nacional da Contraf-CUT. "Além de mais remuneração, a categoria deixou claro que exige mais qualidade de vida e não suporta mais o assédio moral e as metas abusivas. As pessoas devem estar em primeiro lugar", acrescentou o presidente da Confederação.
A presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, cobrou celeridade na definição da data e destacou que a negociação coletiva é fundamental para a realização do acordo coletivo e até para a solução de conflitos, sem a interferência de outros atores, referindo-se ao uso da força policial, de interditos proibitórios e do Tribunal Superior de Trabalho (TST).
"Os bancários entendem o valor da mesa de negociação como ponto primordial, ainda mais em um ano em que os bancos registram elevação média do lucro de 26% e que a expectativa de crescimento do PIB já supera os 7%. Nossas reivindicações vão muito além do aumento real", disse, ao ressaltar que a pauta é fruto de um processo amplo de consulta aos trabalhadores e que representa as expectativas e demandas da categoria, diretamente dos locais de trabalho.
Seminário sobre sistema financeiro
Carlos Cordeiro aproveitou a presença do presidente da Fenaban para propor a realização de um seminário sobre o sistema financeiro nacional. "Nós destacamos na mídia da Campanha Nacional que outro banco é preciso e, por isso, queremos discutir o sistema financeiro que temos e o que queremos", disse. Ele defendeu que, além de representantes dos bancários e dos bancos, também sejam convidados a participar do evento as centrais sindicais, as entidades dos empresários e outros atores sociais. A Fenaban ficou de analisar a proposta.
Calendário de mobilização
O Comando Nacional dos Bancários reúne-se na tarde desta quarta-feira na sede da Contraf-CUT, em São Paulo, para definir o calendário de mobilizações da campanha.
A pauta de reivindicações da Campanha Nacional 2010 foi definida na 12ª Conferência dos Bancários, realizada no Rio de Janeiro entre 23 e 25 de julho, coroando um amplo processo democrático de discussão com a categoria. As principais demandas da campanha são as seguintes:
Remuneração e Previdência
– Reajuste salarial de 11% (inflação do período mais 5% de aumento real).
– Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 4 mil para cada funcionário
– Piso salarial no valor do salário mínimo do Dieese (R$ 2.157,88).
– Elevação do auxílio-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio-creche/babá para o valor de um salário mínimo para cada item
– Previdência Complementar para todos os bancários
Emprego
– Mais contratações
– Ampliar a contratação de mulheres, negros e pessoas com deficiência, garantindo igualdade de oportunidades
– Garantia de emprego
– Reversão das terceirizações
– Qualificação e requalificação profissional
Saúde do Trabalhador
– Fim das metas abusivas
– Combate ao assédio moral
– Prevenção contra os riscos de adoecimentos
– Programa de Reabilitação Profissional em todos os bancos
– Promoção da saúde da mulher
– Assistência médica, hospitalar, odontológica e medicamentosa
– Manutenção de todos os direitos aos afastados por problemas de saúde
Segurança Bancária
– Assistência médica e psicológica às vítimas de assaltos, sequestros ou extorsões
– Ampliação dos equipamento de prevenção
– Adicional de risco de vida de 30% para agências, postos e tesouraria
– Proibição de transporte de valores e guarda das chaves pelos bancários
– Estabilidade provisória para vitimas de assaltos, sequestros e extorsões
Sistema Financeiro
– Regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal
– Regulamentação da remuneração dos executivos
– Democratização e ampliação do Conselho Monetário Nacional (CMN)
– Regulamentação do papel social dos bancos
– Fim dos correspondentes bancários
– Fortalecimento dos bancos públicos
Fonte: Contraf-CUT