Na manhã desta quarta-feira, dia 18, os bancários capixabas realizaram protesto na agência do Banco do Brasil de Vila Velha contra a forma desrespeitosa como vêm sendo conduzidas as reformas realizadas pelo banco.
A reforma da agência do Banco do Brasil de Vila Velha acaba de completar 1 ano e ao longo desses 365 dias de condições de trabalho precárias e desrespeito ao público, funcionários, clientes e usuários foram obrigados a conviver com muita poeira, cheiro de tinta, barulho e bastante calor.
Além do bolo de aniversário, o irreverente ato contou ainda com a animação da Banda Furiosa, enquanto os bancários, usando chapéu com desenhos de ferramentas e línguas de sogra, dialogavam com a população denunciando a situação.
O caso da agência de Vila Velha não é o único. Em todo o Estado, trabalhadores estão sendo expostos a condições inadequadas de trabalho em função de reformas feitas nas unidades.
"Estamos aqui para cobrar mais respeito desta empresa para com seus funcionários e clientes. O BB, que está à frente no ranking de crédito e lucratividade, deveria estar à frente também no que se refere às condições de trabalho. Contudo, os últimos acontecimentos comprovam que essa não é a realidade", denuncia Goreti Barone, diretora do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo.
Na agência do BB Vila Velha a situação é caótica. No último dia 26 de outubro, foi necessário que os funcionários paralisassem as atividades desta unidade, que estava com o abastecimento de água interrompido e com o sistema de refrigeração desligado, para que o BB providenciasse reparos.
Clientes novos e antigos reclamam da situação. O Senhor Eloi Tomasini diz que muitas vezes teve que ficar em meio à sujeira da obra esperando para ser atendido. Já Luciano de Oliveira Camilo afirma, "realmente o transtorno é grande, acredito que um banco como o BB poderia ter solucionado isso sem tanta demora. Alguns dias o cheiro forte de tinta deixava o ambiente insuportável", destaca o cliente.
De acordo com Maristela Corrêa, da secretaria de Saúde e Condições de Trabalho, do Sindicato, o BB é um banco que sequer respeita a legislação trabalhista, tendo apenas um funcionário no SESMT (Serviço de Medicina do Trabalho). "Também não respeita os direitos essenciais de seus trabalhadores, que é exercer suas atividades em condições ambientais e estruturais adequadas. É inadmissível que além da cobrança abusiva de metas e jornadas excessivas, os bancários ainda tenham que ser submetidos a condições ambientais adversas no seu cotidiano de trabalho, que podem gerar inúmeros processos de adoecimentos", denuncia Corrêa.
No início de 2008, representantes do Sindicato e Banco do Brasil se reuniram na SRTE (Superintendência Regional do Trabalho e Emprego) a fim de debater sobre a necessidade de se oferecer condições mínimas de trabalho durante as referidas reformas. Segundo o acordo firmado, o banco se comprometia a realizar obras e pinturas somente após o expediente e nos fins de semana, além disso as obras deveriam ser feitas por etapas, garantindo sempre, pelo menos, um espaço ou andar em condições de funcionamento adequadas. Contudo, as regras não estão sendo cumpridas.
De acordo com Goreti o maior problema é que o BB centralizou – a partir de uma reestruturação realizada nos setores em 2007 – o Núcleo de Engenharia em Minas Gerais, transferindo toda a administração desses serviços para BH. "Todas as obras realizadas aqui no Estado são fiscalizadas por engenheiros que trabalham em BH. Isso é um absurdo. São poucos funcionários no setor para atender a grande demanda", afirma Goreti.
Fonte: Seeb ES