Trabalhadores do Santander, reunidos na última quarta-feira, dia 2, durante a 5ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais dos Bancos Internacionais, na sede da Contraf-CUT, em São Paulo, decidiram participar da Jornada Internacional de Lutas, a ser realizada na próxima semana na América Latina, e indicaram atividades no Santander para o dia 16 (quarta-feira).

Um jornal unitário será distribuído aos bancários em cada país, na versão português ou espanhol, denunciando as práticas antissindicais do banco e cobrando a assinatura de acordo marco global.

"Foi um encontro muito positivo para a troca de experiências sobre a realidade dos bancários na América Latina e na Espanha. Além disso, reforçou a organização dos trabalhadores do Santander e definiu vários encaminhamentos para fortalecer o movimento pela globalização dos direitos", destaca o funcionário do Santander e secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

"Não se admite hoje que uma empresa multinacional anuncie o seu lucro no mundo, mas não tenha um acordo global para regrar as relações de trabalho", compara o dirigente sindical. "A responsabilidade social deve começar em casa, valorizando os trabalhadores".

Veja a situação atual dos trabalhadores em cada país:

Chile: O Santander tem pressionado os trabalhadores para assinar contratos individuais, definindo remuneração e jornada unilateralmente, inclusive com trabalho nos domingos, o que é um absurdo e configura prática anti-sindical.O banco permite a utilização do correio eletrônico pelos funcionários para campanhas difamatórias contra dirigentes sindicais combativos.

Existem acordos coletivos com o Santander Banefe. O banco já foi denunciado para o governo, deputados e senadores pelas práticas anti-sindicais contra dirigentes, tendo inclusive sentenças favoráveis aos sindicatos. Há 26 sindicatos de bancários, vários controlados pelo banco, dificultando a mobilização.

Uruguai: Existe acordo específico com o Santander e recentemente foi firmado acordo sobre plano de saúde, com cobertura para funcionários e aposentados além das garantidas pelo sistema público. Mas o banco só negocia mediante mobilização.

Brasil: O banco tem uma política colonialista com demissões e práticas antissindicais. Depois da aquisição do Real, piorou o diálogo com o movimento sindical. Houve alterações unilaterais em plano de previdência complementar. Após longas negociações, foi firmado, em março de 2009, um aditivo à convenção coletiva dos bancários, com incentivos à aposentadoria, além de um centro de realocação para evitar demissões.

Na recente campanha salarial, o banco apelou para a repressão policial e medidas judiciais para impedir o direito de greve. Para pagar a participação nos lucros aos bancários, o banco utiliza o balanço com menor resultado. Os sindicatos estão agora buscando renovar o aditivo, com ampliação das conquistas sociais. Dirigentes sindicais participam das assembleias de acionistas, cobrando direitos dos trabalhadores e responsabilidade social.

Espanha: O banco possui uma política comercial agressiva, com pressões pelo cumprimento de objetivos muito ambiciosos, causando problemas de estresse nos trabalhadores. Pela primeira vez, começaram a ocorrer demissões por baixa produtividade. O banco divulga um único balanço, usado como referência para pagamento de participação nos lucros.

Existe um processo de negociação permanente e interlocução sindical, o que tem levado a firmar acordos como a liberação do trabalho aos sábados, o único para bancários na Espanha, e a promoção da igualdade de direitos entre homens e mulheres. Também foi assinada declaração de direitos no comitê de empresa da Europa.

Veja os principais encaminhamentos:

1) Participar da Jornada Internacional de Luta 2009, a ser realizada na semana de 14 a 18 de dezembro, indicando o dia 16 (quarta-feira) para atividades no Santander;

2) Reiterar a reivindicação de um Acordo Macro Global proposta pela UNI Sindicato Global para o Santander, conforme documento enviado para o presidente Emilio Botín no último dia 9 de novembro;

3) Entregar a correspondência da UNI nos dias 13 ou 20 de janeiro para as direções dos bancos em cada país cobrando a assinatura do Acordo Macro Global, com a realização de paralisações e protestos para denunciar as práticas antissindicais do Santander;

4) Participar nas assembléias de acionistas do Santander para denunciar a realidade dos trabalhadores;

5) Denunciar as práticas antissindicais na OCDE, enviando cópia dos documentos para a coordenação da Rede Sindical do Santander da UNI América, a fim de ser remetido para o Ponto de Contato Nacional da Espanha.

Fonte: Contraf-CUT

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