Crédito: Caco Argemi – Seeb Porto Alegre
A agência Moinhos de Vento, do HSBC, esteve com suas portas fechadas por toda a manhã desta quarta, dia 18, em Porto Alegre. A paralisação, em nível nacional, chamou a atenção da população para o rebaixamento da PLR paga pelo banco inglês. O atendimento voltou a ser restabelecido ao meio-dia.
O SindBancários esteve no local e os diretores da entidade distribuíram panfletos informativos aos funcionários que entravam na agência e denunciaram aos clientes as manobras e a intransigência do HSBC, que vem se negando a honrar vários acordos firmados com seus funcionários. Para não prejudicar os usuários, foi permitido o acesso aos terminais de auto-atendimento.
"Os ingleses estão pagando para os diretores do banco uma PLR que é fruto do trabalhos dos funcionários, que não estão sendo valorizados e muitas vezes sofrem de assédio moral para atingir metas abusivas", explicou o diretor Jurídico do SindBancários, Lúcio Mauro Paz.
Segundo dados apurados pelo movimento sindical, o lucro do banco inglês foi R$ 2,1 bilhões, valor que consta no balanço contábil e será usado como parâmetro para o pagamento dos executivos e acionistas do banco.
Porém, para efeitos da distribuição da PLR prevista na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2009/2010, o resultado aparece como R$ 250 milhões. A manobra no balanço da empresa, entre elas, um aumento muito acima do esperado nas Provisões para Devedores Duvidosos (PDD) reduzirá a PLR. Ou seja: R$ 1,9 bilhão do lucro para possíveis calotes contra a instituição.
"O banco está chamando o povo brasileiro de caloteiro. Está dizendo que 90% dos seus funcionários são devedores", indignou-se o diretor do SindBancários Francisco de Assis Magalhães, o Chico.
O diretor do Sindicato Pedro Loss avaliou a atitude como desrespeitosa para com os trabalhadores brasileiros. "Parece que o banco inglês veio se firmar no Brasil para explorar a mão de obra do povo brasileiro e gaúcho. O HSBC não tem o mínimo compromisso com o desenvolvimento do Estado e do país", alertou.
O secretário-geral do SindBancários, Fábio Soares Alves, lembrou que há muito tempo o banco vem firmando acordos com os trabalhadores, sem honrá-los. "Precisamos regular a ação das instituições financeiras, que fazem o que querem. Uma manobra contábil como a realizada pelo HSBC é gritante, e não podemos permitir que isso aconteça", analisou Fabinho.
Intransigência com clientes e funcionários
Paz mencionou outros acordos firmados pelo banco que estão sendo desrespeitados, como a licença maternidade de 180 dias. "Nem mesmo receber os pedidos de prorrogação da licença o HSBC está aceitando", denunciou.
Outro episódio foi a modernização das agências. "O layout das agências está sendo revisto. Eles estão gastando milhões para modernizá-las, mas novamente se esquecem da segurança dos clientes, funcionários e seguranças. Nem nas portas giratórias estão sendo instalados vidros blindados. Quanto ao sistema de segurança, a situação é ainda pior. As câmeras que deveriam ser instaladas, com circuito interno ligado em uma central de monitoramento, foram esquecidas", acrescentou Paz.
Censura
O dirigente sindical lembrou que no último protesto contra o rebaixamento da PLR, quando os bancários fariam um Dia de Preto, o HSBC proibiu que os funcionários aderissem à manifestação, incentivando que todos usassem roupas do seu time de futebol, ou então o verde e amarelo da Seleção Brasileira.
Fonte: Seeb Porto Alegre