Crédito: Seeb Pará
Seeb Pará A agência do Bradesco assaltada na segunda-feira (15) em Belém amanheceu de portas fechadas na manhã desta terça (16). A paralisação foi um protesto do Sindicato dos Bancários do Pará contra a insegurança bancária no Estado, que segundo levantamento feito pela entidade, já contabiliza 33 ocorrências neste ano.

Além disso, o fechamento da unidade ocorreu pela intransigência da direção regional do banco, que horas depois do assalto reabriu a agência sem que os trabalhadores tivessem as mínimas condições de segurança para retornarem as atividades.

"O Bradesco também informou que não irá emitir a Comunicação de Acidente do Trabalho, CAT, alegando que não houve bancário ferido, mas esquece de que mesmo assim houve traumas psicológicos nos trabalhadores e por isso a necessidade de emissão do documento para que dessa forma o bancário esteja respaldado quando precisar de tratamento médico. Isso é um desrespeito à vida do trabalhador e por isso esta agência vai permanecer fechada durante todo o dia de hoje", informou a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.

"Ontem quando chegamos logo após o assalto vimos o quanto os bancários estavam abalados, porém a direção regional do Bradesco ignorou o estado emocional dos trabalhadores e obrigou-os a retomar as atividades como se nada tivesse acontecido. Mais uma vez fica provado que os bancos só se preocupam com os lucros à custa do trabalhador, independente de como ele esteja", ressaltou o diretor do Sindicato e funcionário do Bradesco, Saulo Araújo.

"Essa não é a primeira vez que o Bradesco, infelizmente, tem esse tipo de atitude desrespeitosa. O Sindicato já se reuniu por diversas vezes com a direção regional para tratar sobre a insegurança no Pará, mas o que se vê é que praticamente nada foi feito de lá pra cá", lembrou a diretora do Sindicato e também funcionária do Bradesco, Heládia Carvalho.

No primeiro final de semana das férias de julho desse ano, a gerente de uma agência do Bradesco no interior do Pará, e seu noivo, também gerente de outra agência do mesmo banco, foram vítimas de sequestro, porém o Bradesco negou-se, mais uma vez, a emitir a CAT. Como paliativo, o banco concedeu licença à bancária, mas o bancário continuou trabalhando normalmente.

A mesma postura do banco também se repetiu em duas agências, da Região Metropolitana de Belém, assaltadas em outubro do ano passado e julho desse ano.

O assalto

Seis homens armados renderam o vigilante e um dos funcionários que ficam no autoatendimento e invadiram a agência bancária rendendo clientes e demais funcionários do banco.

Na fuga, os assaltantes levaram as armas dos três seguranças da agência e cerca de R$ 50 mil dos caixas, em apenas 10 minutos.

A fragilidade na segurança

Pela abordagem dos bandidos no assalto de ontem, a polícia acredita que esse crime tenha ligação com os outros dois assaltos, citados acima, que aconteceram nas agências do Bradesco na Região Metropolitana de Belém em menos de um ano.

Em todos eles, o que chama a atenção, é a facilidade com que os criminosos entraram nas agências e levaram o dinheiro.

De todas as ocorrências, apenas um acusado foi preso até agora.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb Pará