Bancários paralisam agências do HSBC nesta segunda-feira, 27

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hsbc.jpgOs funcionários do banco inglês HSBC vão paralisar as atividades nas agências de João Pessoa – PB, nesta segunda-feira, 27 de fevereiro, das 8h até o meio dia, em protesto contra as metas abusivas e o desconto dos valores do programa próprio de remuneração (PPR/PSV) da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Com faixas, cartazes, carro-de-som e distribuição de jornal específico aos funcionários, a diretoria do Sindicato dos Bancários da Paraíba vai encaminhar o protesto, que é nacional e coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf – CUT).

Os funcionários do HSBC sentem-se enganados. Todos os anos são bombardeados com as promessas de altos ganhos no PPR/PSV, programa próprio de remuneração do banco inglês. No fim do ano, depois de meses de sobrecarga de trabalho, pressão e assédio moral para cumprir as metas absurdas do programa, a decepção: muitos nada recebem do programa. Como o programa próprio é compensado na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), na maioria dos casos fica valendo somente o pagamento já assegurado na Convenção Coletiva Nacional dos bancários.

Uma farsa – As metas são a base da avaliação dos bancários no PPR/PSV. Definidas pela direção do banco de forma arbitrária, sem considerar as condições de trabalho de cada unidade ou a realidade financeira de sua clientela, elas se tornam um desafio inatingível para os bancários. E pior: com a compensação na PLR, o  prêmio por esse desafio desaparece, tornando o programa uma farsa e motivo de frustração para os bancários.

Negociação – O banco foge da negociação coletiva com a Contraf – CUT e os sindicatos e prefere escolher uma Comissão Interna de Funcionários, onde pode impor seu programa sem contestações. Como resultado, o programa vem piorando a cada ano. Quando foi criado, não havia o desconto dos valores recebidos na PLR. Além disso, não havia metas individuais, apenas coletivas, diminuindo o clima de competição entre os bancários. Essa situação precisa mudar. O movimento sindical cobra a abertura de negociações para a definição de regras transparentes e mais justas para o programa.

Adoecimento – A pressão e a sobrecarga de trabalho estão acabando com a saúde dos bancários do HSBC. O número de funcionários afastados por motivo de saúde é cada vez maior, demonstrando a necessidade de mudança nas práticas do banco. O maior vilão são as metas individuais. O sistema aumenta a competição interna a níveis absurdos, criando um clima péssimo entre colegas, e abre espaço para ocorrência de casos de assédio moral. Junto com a falta de funcionários, é a receita para as doenças psíquicas, como depressão e Síndrome do Pânico, cada vez mais comuns entre os bancários.

Para o secretário geral do Sindicato, Marcelo Alves, também funcionário do HSBC, essa mesquinhez é um absurdo cometido contra quem produz, à custa de muitos sacrifícios e condições adversas, os bons resultados para o banco, uma vez que outras instituições financeiras possuem programas próprios e garantem o pagamento das duas remunerações. “Dentre essas instituições, o HSBC é o que paga a menor remuneração; e ainda tem o desplante de descontar a PPR/PSV da Participação nos Lucros e Resultados”, desabafa.

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