Nesta terça-feira, 19, funcionários do Itaú Unibanco foram às ruas para protestar contra as demissões e as más condições de trabalho a que são submetidos no banco. As atividades fizeram parte do Dia Nacional de Luta, organizado pela Contraf-CUT, federações e sindicatos de todo o país.
Veja notícias sobre algumas atividades:
Bancários realizam protestos em concentrações do Itaú em São Paulo
Crédito: Seeb São Paulo

Munidos de faixas que denunciavam a contradição entre a propaganda e a prática do banco, os dirigentes conversaram com funcionários e distribuíram a última edição da Folha Bancária.
"A receptividade dos bancários foi muito boa em São Paulo. E nacionalmente conseguimos mostrar, de forma unificada, a insatisfação dos trabalhadores com as políticas de gestão do banco", avalia o diretor do Sindicato e funcionário do Itaú Unibanco, Júlio Santos.
Com as demissões, lembra Júlio, a instituição descumpre o que foi assumido em 2008, após a fusão, quando o banqueiro Roberto Setúbal afirmou que não haveria dispensas.
O dirigente ressalta que o Sindicato vem negociando insistentemente a realocação dos bancários. "Essa seria a atitude mais inteligente do banco, até porque os funcionários estão sobrecarregados de trabalho e o atendimento aos clientes está prejudicado."
Pressão
Júlio destaca ainda a pressão pela qual os funcionários têm passado. "Quando não são demitidos, alguns funcionários estão pedindo para sair por não suportarem o clima de pressão, de ameaças e de metas abusivas no banco. Ou seja, um ambiente de trabalho incompatível com o título de banco sustentável que o Itaú recebeu recentemente."
OIT
O Itaú Unibanco deu mais um exemplo de prática antissindical quando, na última quarta-feira 14, seus seguranças agrediram dirigentes que faziam um protesto pacífico no Credicard Hall, onde o banco realizava evento. Júlio informa que o Sindicato estuda denunciar o incidente à OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Fonte: Seeb São Paulo
Bancários do Pará protestam contra demissões em massa do Itaú Unibanco
"A triste realidade de tantos trabalhadores e trabalhadoras mostra de fato que a prioridade do presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setúbal, é lucrar cada vez mais, e não garantir a manutenção do emprego dos bancários como ele havia declarado publicamente na época da fusão entre os dois bancos em 2008", lembra a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.
Assim como em Belém, a manifestação acontece em todo o Brasil e faz parte do Dia Nacional de luta não só contra as demissões, mas também contra a precarização das condições de trabalho. "Cada bancário a menos no banco significa mais filas, e mais ainda sobrecarga de trabalho para quem ficou na agência. O que muitas vezes leva o trabalhador ao adoecimento, principalmente por LER/ Dort", afirma o diretor jurídico da entidade e também funcionário do Itaú Unibanco, Sandro Mattos.
Além do Sindicato, a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CN) também participou da manifestação, e esteve representada pelo seu vice-presidente, Sérgio Trindade. "Repudiamos a postura com a qual os bancários do Itaú Unibanco vêm sendo tratados pela direção da empresa. A demissão reflete não só na vida financeira do bancário, mas também na vida de sua família e principalmente na sua saúde. Muitos desses trabalhadores são chefes de família e com o emprego, planejam todo o seu futuro", ressalta Sérgio Trindade.
Fonte: Seeb Pará
Bancários de Porto Alegre fazem mobilização contra demissões do Itaú

Além do atraso na abertura, a manifestação denunciou as demissões de funcionários, imposição de metas abusivas, assédio moral, jornada excessiva e desrespeito aos clientes e usuários do Itaú Unibanco, que pagam taxas e tarifas abusivas. Também ocorreram atos no banco nos dias 5 e 12 de julho.
Participaram diretores do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários), da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS) e da Contraf-CUT.
"Estamos nas ruas para informar à população sobre as mentiras que o Itaú Unibanco conta aos seus funcionários. Chega de demissões. Enquanto veicula propagandas sobre sua suposta sustentabilidade, demite trabalhadores eficientes, pais de família. A responsabilidade social começa em casa", observa o diretor do Sindicato e funcionário do Itaú Unibanco, Antonio Augusto Borges, o Guto. "Os presidentes estão aqui neste ato. Simbolicamente, estamos mostrando à sociedade quem são os responsáveis por tudo isso, ou seja, as demissões que ocorrem e ameaçam os trabalhadores", acrescentou.
Para o secretário-geral do Sindicato, Sandro Rodrigues, o ato desta terça serviu para repudiar as demissões, que são mais de 4 mil em todo o país. "Eles prometeram manter os postos de trabalho e hoje acontece o contrário. Eles praticam uma política espúria, com assédio moral, desvio de funções, perseguição e demissões", denunciou o dirigente.
"Esta é mais uma atividade de mobilização para denunciar a irresponsabilidade de Setubal e Moreira Sales, que sinalizaram que não aconteceriam demissões. Hoje eles viram às costas e demitem. Não vamos aceitar mais esse ataque aos trabalhadores, manteremos vigilantes e bancários mobilizados até que possamos interromper esse processo", declarou o diretor da Fetrafi-RS, Amaro Silva de Souza.
"Mais uma vez estamos em frente ao Itaú Unibanco para mostrar ao público as demissões que estão ocorrendo sem nenhum critério. Vamos manter a mobilização até que a diretoria do banco venha negociar com o movimento sindical e conversar para colocarmos um basta nestas demissões", comentou o diretor Administrativo do Sindicato, Célio Romeu dos Santos, funcionário do Itaú.
A falta de negociações e o aumento das demissões preocupa o diretor da Contraf-CUT, Ernesto Humberto dos Santos. O funcionário do banco disse que mais atos ocorrerão, enquanto o banco não abrir o diálogo. "São demissões sem justificativas. Os bancários estão apreensivos com esta ameaça, além de prejudicar o rendimento profissional e provocar doenças físicas e mentais", completa.
Fonte: Sindicato dos Bancários de Porto Alegre
Bancários do Itaú param agência da Conde da Boa Vista (PE) contra demissões
Crédito: Seec PE

O secretário de Bancos Privados do Sindicato, Geraldo Times, conta que o protesto teve forte adesão dos bancários da agência. "Todos os funcionários do Itaú estão preocupados com a onda de demissões que tem assolado o banco em todo o país. Só em Pernambuco foram cerca de 50 demissões este ano. E o pior é que a direção do Itaú havia assumido um compromisso com o Sindicato de que não haveria cortes por conta da fusão com o Unibanco", comenta Geraldo.
Segundo ele, apesar de o gerente operacional da agência apresentar resistência contra o protesto, a paralisação foi forte e contou com apoio massivo de bancários e clientes. "Até os usuários do banco apoiaram o protesto, porque eles também sofrem com a falta de funcionários. As filas estão enormes e o atendimento está péssimo", explica Geraldo.
Demissões e luta – Os bancários do Itaú iniciaram esta onda de protestos no dia 5 de julho. Surpreendido pela mobilização, o banco chamou o Sindicato para uma negociação, no dia seguinte, mas atribuiu o desligamento de quase 4 mil trabalhadores este ano à "rotatividade normal do mercado".
Para o Sindicato, não há nada de normal e as demissões vêm piorando as condições de trabalho. Para suprir a demanda dos clientes, trabalhadores estão sendo sobrecarregados, além de conviverem com desvios de função e a terceirização do serviço bancário.
A situação se repete em todo o país, conforme foi diagnosticado pelos dirigentes sindicais no Encontro Nacional, realizado no dia 8 de julho, em São Paulo. "De norte a sul do país os funcionários do Itaú estão sendo demitidos e estão sofrendo com as péssimas condições de trabalho, estão adoecendo e, o que é pior, não vemos da direção do banco movimentações no sentido de melhorar esta situação", Wanderley Crivellari, um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco, coletivo que assessora a Contraf-CUT e o Sindicato nas negociações com o banco.
O presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setúbal, declarou publicamente na época da fusão entre Itaú e Unibanco, em 2008, que não aconteceriam demissões. O movimento sindical participou de diversas mesas de negociações e recebeu a promessa do banco de que o emprego seria garantido. Se oficialmente as demissões em massa estão descartadas, na prática a história é outra.
Reportagem da Exame Finanças, na edição do dia 15 de junho, comprova que a empresa iniciou um duro programa de corte de custos e reorganização interna "para atingir o grau de eficiência que seus acionistas esperam". As demissões estão ocorrendo em todos os setores do banco. Apenas nos meses de abril e maio, de acordo com a revista, cerca de 350 profissionais deixaram o banco, a maioria deles pertencente à área de crédito ao consumidor, que engloba a financeira e o segmento de cartões de crédito.
Fonte: Seec PE e Contraf-CUT