Outro motivo de preocupação da Contraf, segundo o dirigente, é a conduta do Bradesco. "Precisamos verificar os termos da negociação da holding, mas pode haver problemas para os trabalhadores dos países africanos", avalia. "O Bradesco é um banco voltado a explorar, não desenvolver", critica. O sindicalista considera que o compromisso da instituição financeira privada é exclusivamente com o lucro apresentado a seus acionistas.
Na manhã desta segunda-feira 9, o Banco do Brasil e o Bradesco anunciaram uma negociação em curso para a formação de uma holding internacional voltada à atuação no continente africano. O português Banco do Espírito Santo (BES) integra as conversações e disporia de sua estrutura atual em países como Angola, Líbia, Cabo Verde e Marrocos. O conglomerado coordenaria os novos investimentos.
"É positivo o fato de o Banco do Brasil ser internacional, ele deve atuar onde houver interesses brasileiros", avalia Barros. "E é esse o caso da África, com acordos feitos pelo governo nos últimos anos", sustenta. Antes, a instituição havia anunciado investidas na América do Sul e divulgado interesse em se inserir nos mercados dos Estados Unidos.
Barros lembra que, apesar de os termos de organização da holding não terem sido divulgados – e de envolverem até 90 dias para serem consolidados – o fato de o acordo ter vindo a público indica que as negociações estão avançadas. "Provavelmente, o BES precisa se capitalizar para ampliar as ações na África. A associação com bancos brasileiros ajuda", pontua.
Fonte: Anselmo Massad – Rede Brasil Atual