Crédito: Seeb São Paulo
Na primeira reunião de 2010 do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT) do Santander, os representantes do banco negaram os boatos de que os funcionários das áreas operacionais dos centros administrativos (Casas 1, 2 e 3), em São Paulo, serão transferidos em junho para a empresa Geoban que presta serviços de back-office e pertence ao grupo espanhol. Entretanto, eles revelaram que estão ocorrendo estudos sobre o assunto, mas que não haverá qualquer decisão sem diálogo com as entidades sindicais.
Segundo o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo e novo coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Marcelo Sá, "deixamos claro que a terceirização é danosa tanto para os trabalhadores quanto para a empresa. Não aceitaremos, em hipótese alguma, que os funcionários sejam prejudicados caso haja alguma alteração", disse o dirigente sindical.
A negociação ocorreu nesta quinta-feira, dia 29, na capital paulista, no mesmo dia em que o Santander anunciou o lucro do primeiro trimeste. O Brasil teve resultado recorde e já representa 21% dos lucros do grupo: R$ 1,763 bilhão nos três meses do ano, duas vezes mais do que o apurado um ano antes, de R$ 832 milhões.
A Contraf-CUT, em conjunto com outras entidades sindicais e Afubesp, apresentou todos os itens da pauta de reivindicações. O banco respondeu algumas demandas, propôs a formação de dois grupos de trabalho e agendou nova negociação para o próximo dia 18 de maio para continuar o diálogo e trazer as demais respostas.
"O Santander mostrou disposição de discutir as pendências das negociações do aditivo à convenção coletiva e das reuniões anteriores do CRT, assim como as novas propostas dos funcionários. Esperamos que haja avanços concretos para retribuir o empenho e a dedicação dos trabalhadores, principais responsáveis pela duplicação do lucro do banco no Brasil no primeiro trimestre e maior participação nos resultados mundiais do grupo", avalia o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
Grupos de Trabalho
Dois temas serão objeto de discussão em grupos de trabalho, a fim de aprofundar o debate e buscar soluções, que serão apresentadas na próxima negociação. É o caso dos procedimentos de RH e do acesso dos dirigentes sindicais aos trabalhadores lotados na Torre, Call Centers e Aymore.
Também ficou definido que o banco fará uma apresentação aos dirigentes sindicais do Plano de Cargos, Salários e Carreiras (PCSC) e dos programas próprios de remuneração variável. Os bancários reivindicam um grupo de trabalho paritário para discutir o PCSC que elimine as graves distorções salariais existentes entre os funcionários.
Bolsas de estudo
As entidades sindicais pediram um relatório dos pedidos de bolsas de estudo, uma das conquistas dos bancários que estão garantidas no acordo aditivo do Santander. O banco adiantou que houve recusa de 250 pedidos, na sua maioria por documentação incompleta e outros por cursos não previstos. Na próxima reunião será apresentado o número de bolsas concedidas, bem como a data indicativa das inscrições para o segundo semestre.
Desligamentos por justa causa
Os dirigentes sindicais denunciaram o grande número de funcionários demitidos por justa causa e apresentaram casos de informações desabonatórias do banco contra esses trabalhadores. Os representantes do banco negaram abusos e afirmaram que não existe orientação para dar informações que desabonem o ex-funcionário quando ocorrem solicitações.
Pijama
Os dirigentes sindicais fizeram um recurso, diante da recusa dos pedidos de licença remunerada pré-aposentadoria (pijama) que foram apresentados fora do prazo. Os períodos estipulados não tinham objetivo de punição e sim de disciplinar a gestão do programa. O banco ficou de apresentar um estudo dos casos negados e trazê-los na próxima reunião.
Os sindicatos ficaram de fazer um levantamento para verificar a ocorrência de casos de funcionários que, desde outubro do ano passado, perderam o prazo e deixaram de enviar o pedido para o banco.
Assistência médica e odontológica
O banco negou a manutenção dos planos de assistência médica e odontológica após a aposentadoria, independente do tempo de banco que possua o funcionário. Também recusou a inclusão dos pais como dependentes a exemplo do que ocorre na Cabesp.
A criação de um conselho de usuários para cada plano existente também não foi aceita pelo banco. "Lamentamos as negativas do banco, pois as melhorias reivindicadas são importantes para a qualidade de vida dos funcionários", disse Ademir.
Temas para a próxima reunião
O banco se comprometeu em trazer respostas para uma série de demandas, tais como:
– centro de realocação;
– condições de trabalho nas agências;
– acesso às informações sindicais na intranet;
– previdência complementar;
– metas para caixas;
– atuação da GOE;
– funcionários com deficiência.
Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo