São Paulo – O bancário Antonio Carlos dos Santos completou, no dia 11 de março, 33 anos e 26 dias de contribuição. Apesar de contemplado pelo período de estabilidade pré-aposentadoria – um dos principais direitos da categoria bancária – foi demitido do HSBC. Bateu o desespero: "Estou com 48 anos de idade, sou casado e tenho um casal de filhos que dependem totalmente de mim", disse o bancário na primeira vez em que procurou o Sindicato após sua demissão.

Antonio é um dos seis trabalhadores demitidos de forma irregular há duas semanas e que foram reintegrados ao banco, no último dia 1º, depois de muita pressão dos bancários e do Sindicato. Só em São Paulo, o HSBC fechou 17 agências e dispensou 85 trabalhadores. Outros seis casos estão em processo de negociação com o banco.

Depois da reintegração, o que era preocupação virou comemoração: "Quero agradecer de coração a todos os colegas do Sindicato dos bancários de São Paulo", disse Antonio.

Pressão – Segundo o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, desde que as demissões ocorreram os representantes dos bancários estão pressionando o HSBC pela reintegração. "Nossa primeira medida foi suspender as homologações para forçar o diálogo com o banco. Muitas das demissões foram irregulares. Agora o banco reconheceu que estávamos corretos, está negociando e começou a reintegrar os demitidos", diz Marcolino, lembrando que o Sindicato apresentou critérios para a realocação dos trabalhadores das agências fechadas, com prioridade para os bancários com doença ocupacional, em estabilidade pré-aposentadoria e com boa avaliação de performance.

Bom humor – Desde que o HSBC iniciou o processo de demissões e rebaixou a PLR/PSV dos bancários, o Sindicato tem feito uma série de protestos e manifestações contra o banco. Um dos atos que mais chamou a atenção ocorreu no início de março, quando sete agências premier do HSBC em diversas regiões de São Paulo e em Osasco tiveram seu horário de abertura atrasado. Durante os protestos, os bancários usaram narizes de palhaço como forma de mostrar sua indignação. A adesão dos funcionários foi total.

"Toda essa pressão rendeu frutos. Além da reintegração dos funcionários, conseguimos arrancar do banco o compromisso de que as demissões pararam. Segundo o HSBC, as dispensas só ocorrerão dentro do turn over (rotatividade) normal da empresa. Vamos continuar a pressão pela reintegração de mais bancários e aumentar a fiscalização para verificar se o banco realmente parou de demitir. Os bancários também devem ficar de olho e qualquer problema deve ser denunciado ao Sindicato", afirma Paulo Rogério Cavalcante Alves, diretor do Sindicato.

Fonte: Seeb/SP

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