O Bank of America Corp., maior instituição de crédito dos Estados Unidos, pagará aos funcionários da área de banco de investimento bonificações em torno a US$ 4,4 bilhões, referentes a 2009, com o que cada pessoa receberá em média US$ 400 mil, segundo uma fonte próxima ao banco.

Até 95% do total será pago em ações ao longo de três anos, de acordo com a fonte. Os que receberem as menores gratificações ganharão cerca da metade em dinheiro, a ser paga ainda neste mês, disse a fonte. A unidade de banco de investimento emprega 10 mil pessoas, 4% do quadro total de funcionários do banco, de 283 mil funcionários.

O Bank of America, alvo de irritação política por sua aquisição do Merrill Lynch & Co., mesmo com a assolada corretora de Wall Street tendo distribuído US$ 3,6 bilhões em bonificações, registrou lucro de US$ 6,3 bilhões em 2009. Neste ano, as gratificações para a área são cerca de 30% menores do que os US$ 6,5 bilhões que as unidades de banco de investimento combinadas dos dois bancos pagaram no ano recorde de 2006, segundo a fonte, que se baseou em cálculos internos do Bank of America.

"Esses números aparentam ser o tipo de números que esperávamos ouvir das firmas de Wall Street", afirmou Steven Hall, diretor-gerente da Steven Hall & Partners, uma empresa nova-iorquina de consultoria sobre remuneração de executivos.

O "Financial Times" citou fontes não identificadas dizendo que os funcionários de melhor desempenho do Bank of America receberão bonificações em torno a US$ 5 milhões, enquanto os diretores administrativos receberão entre US$ 2,5 milhões e US$ 3 milhões. "Tentamos equilibrar a necessidade de pagar de forma competitiva com nosso entendimento do receio geral quanto ao nível de remuneração em Wall Street", afirmou o porta-voz do banco, Robert Stickler. "O mais importante é que uma parte muito maior da remuneração de fim de ano agora é adiada e atrelada ao desempenho de longo prazo das ações e pode haver devolução (das gratificações)."

As unidades de banco de investimento do Goldman Sachs Group Inc., Morgan Stanley e J.P. Morgan Chase & Co. reduziram as bonificações no quarto trimestre. As três firmas reservaram US$ 39,9 bilhões para remunerações em 2009, abaixo do recorde de US$ 44,7 bilhões, de 2007. O total ficou abaixo dos US$ 46,1 bilhões que cinco analistas previam para este ano e foi quase US$ 10 bilhões inferior ao que alguns analistas haviam estimado em outubro.

O banco de investimento do J.P. Morgan teve menor proporção de remuneração total em relação à receita, de 33%. No Goldman Sachs, a taxa foi de 36% e Morgan Stanley, de 62%. As bonificações do Bank of America equivalem a 19% da receita do banco de investimento, de US$ 23 bilhões.

Separadamente, o Bank of America anunciou em documento aos órgãos reguladores que o salário-base do novo executivo-chefe do banco, Brian Moynihan, passou de US$ 800 mil, em 2009, para US$ 950 mil, neste ano. A instituição também elevou os salários de Joe Price, chefe da divisão de pequenas empresas, consumidores e cartões bancários, e de Barbara Desoer, chefe de seguros e créditos imobiliários, de US$ 500 mil para US$ 800 mil.

Os detalhes de remuneração dos executivos em 2009 serão divulgados pelo banco em suas declarações de procuração anuais.

De acordo com relatório divulgado no ano passado pelo procurador-geral de Nova York, Andrew Cuomo, 28 funcionários do Bank of America e 149 do Merrill Lynch receberam bonificações de pelo menos US$ 3 milhões em 2008. Os 149 funcionários do Merrill Lynch, no total, receberam US$ 858 milhões, uma média de US$ 5,8 milhões, segundo o relatório. Em dezembro, o Bank of America devolveu US$ 45 bilhões do pacote de resgate do governo federal, o que liberou a companhia de restrições sobre a remuneração.

Fonte: Valor Econômico /  David Mildenberg, Bloomberg

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