O Banco Central divulgou a relação das instituições financeiras com maior número de reclamações em setembro. De acordo com o ranking, o Banrisul encontra-se na primeira posição em função do percentual mais elevado em função do número de clientes.

No entanto, o maior número de reclamações procedentes registradas no período recaiu sobre o Bradesco, seguido do Itaú e Banco do Brasil, por conta de descumprimentos, por parte das instituições, de normativos do Conselho Monetário Nacional ou do BC.

Dentre as reclamações mais recorrentes estão manutenção de conta-salário de forma irregular, débitos não autorizados em conta corrente e cobrança irregular de tarifas. "Tais irregularidades estão relacionadas com o modelo de gestão adotado pelos bancos, cuja a base é a imposição de metas abusivas aos bancários", afirma Valdir Machado, diretor de Bancos Privados da FETEC/CUT-SP.

Conforme o dirigente, as instituições financeiras querem ganhar cada vez mais, investindo cada vez menos. "Os resultados são forjados à custa das péssimas condições de trabalho impostas aos funcionários e da má prestação de serviços à população".

Dentro dessa ótica, os bancos se negam a abrir novos postos de trabalho para dar conta da demanda, se valem da elevada rotatividade para baixar os custos da folha de pagamento, expõem clientes e usuários a riscos por não investirem em segurança, além de os empurrarem para os correspondentes bancários, em flagrante desrespeito à Resolução 3.694 do BC.

Conforme a Resolução, as instituições bancárias estão proibidas de recusar ou dificultar aos clientes e usuários de seus produtos e serviços o acesso aos canais de atendimento convencionais, inclusive guichês de caixa, mesmo na hipótese de oferecer atendimento alternativo ou eletrônico.

"Desrespeitos como esses são inadmissíveis para um sistema financeiro nacional, cujos seis maiores bancos lucraram R$ 25,2 bilhões apenas no primeiro semestre deste ano. As instituições financeiras são concessões públicas, por isso devem atender a todos igualmente, com respeito aos seus funcionários e à sociedade como um todo. Elas têm um papel social a cumprir, o qual deve estar acima de qualquer resultado financeiro", finaliza o dirigente da FETEC/CUT-SP.

Fonte: Contraf-CUT com Fetec-CUT/SP