
Nesse modelo, de banco de mercado, os clientes de menor renda têm dificultado o acesso ao atendimento nas agências e são empurrados para os correspondentes bancários, numa tentativa do BB de precarizar os empregos e os salários dos trabalhadores. Já os clientes de maior renda viram alvo constante para a venda de produtos que nem sempre desejam, e os funcionários são obrigados a insistir até a exaustão para fechar negócios.
Segundo as informações divulgadas pelo banco, os gerentes gerais vão indicar os comissionados, escriturários e caixas que serão considerados excedentes. Esses trabalhadores terão de concorrer para o mesmo cargo ou um cargo inferior em outras agências e caso não obtenham recolocação serão incluídos no "esmolão", apelido dado ao pagamento do Valor em Caráter Pessoal a descomissionados, que garante durante quatro meses o valor do salário com a comissão.
"Os funcionários não podem admitir que colegas sejam perseguidos e devem denunciar os casos ao Sindicato. Não vamos aceitar que alguns gerentes e superintendentes aproveitem para descomissionar bancários por motivos pessoais e vamos reivindicar que o banco garanta o respeito aos trabalhadores com a manutenção das funções", diz Ernesto Izumi, diretor do Sindicato e funcionário do BB.
Mais problemas
Os funcionários também enfrentam problemas nos casos de permuta entre agências e nas agências Estilo. Na permuta, o Sindicato confirmou a denúncia de que há casos de gerentes pressionando comissionados a realizarem transferência para outras agências. A opção deve ser individual e voluntária, além de garantir pontuação extra no sistema de concorrência a cargos da empresa.
Nas agências Estilo ainda há auxiliares administrativos que perderam suas funções e não conseguiram novas colocações.
"Vamos cobrar o banco sobre essas duas situações e realizaremos manifestações se a direção do BB não se reposicionar", avisa Ernesto.
Fonte: Seeb São Paulo