Banco assumiu, em mesa de negociações, que funcionários que não precisem atender o público presencialmente realizem suas tarefas remotamente, em home office

Funcionários do Banco do Brasil estão sendo obrigados a trabalhar presencialmente nos escritórios de Belo Horizonte, mesmo quando suas funções não exigem o atendimento pessoal dos clientes. Em mesa de negociações, o banco havia se comprometido a encaminhar estes trabalhadores para o trabalho remoto em home office para evitar a propagação ainda maior da Covid-19.

Em texto publicado em seu site, o Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região afirma que “vários funcionários têm ligado e mandado mensagens para os dirigentes sindicais assustados e revoltados por entenderem que poderiam realizar o trabalho em home office.”

O sindicato disse ainda que já procurou o banco e alguns gestores liberaram os funcionários para o trabalho remoto durante esta fase da pandemia, mas outros se mantiveram irredutíveis e insistem em fazer com que bancários saiam de casa sem necessidade. Como as conversas não surtiram efeito, encaminhou as denúncias ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e à Prefeitura de Belo Horizonte.

“Exigimos o bom senso dos gestores do BB para que eles providenciem para que os serviços internos sejam executados em teletrabalho”, afirmou Rogério Tavares, funcionário do Banco do Brasil e diretor do sindicato.

Descumprimento de acordo

O coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga, ressalta que as denúncias permaneceram mesmo após a reunião de negociações com a Federação Nacional dos Bancos, na qual o BB assumiu o compromisso de manter em home office os funcionários que não precisam atender o público presencialmente.

“O Banco do Brasil já divulgou protocolos de segurança se comprometendo de mandar estes trabalhadores para o home office, mas percebemos que existe uma distância enorme entre o que a instituição assume oficialmente e a prática de gestores inescrupulosos, que colocam a meta acima do bem estar dos funcionários”, afirmou Fukunaga. “Esta insensibilidade pode custar vidas. O banco tem que ensinar aos seus gestores como fazer gestão no trabalho home office e não exigir a presença dos funcionários. Isso é coisa de gestor que quer a presença dos funcionários para praticar a intimidação pessoal”, completou.

Para Fukunaga, este caso de Belo Horizonte deve ser solucionado exemplarmente pelo banco, para mostrar que a instituição não vai tolerar o desrespeito ao que foi acordado. “Ou o banco resolve isso rapidamente, ou haverá outros gestores que vão querer fazer igual. Aí, poderemos entender que não são alguns gestores, mas a instituição que está descumprindo o que foi acordado”, concluiu o coordenador da CEBB.

Fonte: Contraf-CUT