Para ajudar a reduzir novos ataques a caixas-eletrônicos em Mato Grosso, representantes do Banco do Brasil em Brasília estudam a colocação de um dispositivo que, uma vez disparado, aciona uma placa de tinta que mancha as cédulas. Com isso, o dinheiro fica inutilizado, mas o Banco do Brasil pode restituir as cédulas junto ao Banco Central. Essa placa de tinta seria acionada quando os criminosos iniciassem o corte no caixa eletrônico utilizando um maçarico.

"O dispositivo seria acionado pela alta temperatura ou o corte do caixa, uma vez que existem cortadeiras digitais utilizadas pelos bandidos", informou um policial civil. A expectativa é que, uma vez aprovada a estratégia, o dispositivo deverá ser instalado em breve.

Segundo levantamento realizado pela Polícia Civil, dos 100 caixas de autoatendimentos atacados até ontem, cerca de dois terços são do Banco do Brasil e 90% dos caixas saqueados também são da mesma instituição financeira. Embora os ladrões tenham lucrado mais de R$ 5 milhões, o Banco do Brasil não teve um centavo de prejuízo, já que a responsabilidade é da empresa contratada para fazer o reabastecimento, que é assegurado.

"O prejuízo do Banco é em relação à máquina, ao caixa-eletrônico que o banco troca", explicou o delegado Luciano Inácio, titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Civil, responsável pelas investigações de todos os ataques aos caixas-eletrônicos.

A facilidade em cortar e ter acesso às gavetas com dinheiro levou os bandidos a repetir o ataque a vários caixas nos mesmos locais. Na última quarta-feira, os ladrões tentaram arrombar o terminal do Banco do Brasil instalado no Indea. Só não conseguiram porque um dos vigias escapou e saiu gritando. Foi a terceira vez que os assaltantes invadiram o local e a primeira que saíram com as mãos abanando.

No caixa, também do Banco do Brasil, instalado no quiosque da rede Modelo, no CPA II, foi alvo dos ladrões por três vezes. Da última vez, bandidos trocaram tiros com policiais militares e um dos ladrões morreu baleado. Desde então, o local não foi mais atacado.

O que mais chamou a atenção de moradores próximos foi que os bandidos se utilizaram da mesma forma para invadir o prédio. Arrombaram o forro do quiosque. Em seguida, abriram a porta da frente para que outros integrantes do bando chegassem com uma mala contendo o "kit arrombamento" – maçarico, alavancas e pés de cabras -além de botijão de gás e cilindro de oxigênio.

Fonte: Diário de Cuiabá / Adilson Rosa

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