Para Caffarelli, essas parcerias permitem simplificar a oferta do financiamento. O ideal seria, segundo ele, deixar o funcionamento do segmento semelhante ao que ocorre no ramo de veículos, em que o financiamento é feito em conjunto com a venda do carro na concessionária, em uma operação simples sem a necessidade de ir ao banco.
Meta
Ele destacou que, com apenas dois anos de atuação no financiamento habitacional e sem essas parcerias, o banco estatal passou o HSBC e já é o quinto maior do mercado nesse segmento. Agora, a meta é ultrapassar o Bradesco, que hoje ocupa a quarta colocação. "O BB veio para ser um grande player nesse mercado", disse o executivo, destacando ainda que o banco conta com R$ 7 bilhões de recursos para emprestar no crédito imobiliário.
O banco já emprestou neste ano R$ 2,1 bilhões e a projeção de Caffarelli é que o volume de crédito imobiliário concedido pelo BB atinja os R$ 3 bilhões até o fim de 2010.
Além da busca por parcerias com consultorias e corretoras imobiliárias, a estratégia do BB passa também pela atuação em parceria com as construtoras para o financiamento dos próprios empreendimentos. Esse crédito é destinado a quem constrói e não a quem compra o imóvel. Ele disse que o BB já trabalha com as 16 maiores construtoras do País.
Esses contratos têm potencial de, em uma segunda etapa, também levar ao BB os clientes finais que comprarão as unidades construídas.
Apesar de demonstrar apetite por crescer no ramo imobiliário, Caffarelli faz questão de ressaltar que o banco não disputa com a Caixa Econômica Federal, instituição financeira estatal líder no crédito habitacional e principal operadora do programa "Minha Casa, Minha Vida", um dos programas prioritários da atual política econômica do governo. "Nós não concorremos com a Caixa, mas com Bradesco, Santander e Itaú", disse. Ele informou que, no "Minha Casa, Minha Vida", o banco deve financiar a construção de 100 mil unidades até o fim de 2011.
Ele destacou que a intenção do governo de avançar no crédito imobiliário é parte de uma estratégia mais ampla de negócios do BB. Isso porque esse produto tem um nível de inadimplência muito baixa e é um catalisador de fidelização do cliente. Como os contratos são de prazo longo, o cliente passa a ter uma relação de muitos anos com o banco.
Oferta abundante
R$ 3 bilhões é quanto o Banco do Brasil quer destinar para o crédito imobiliário até dezembro. Até agora o banco já emprestou R$ 2,1 bilhões
Fonte: O Estado de S. Paulo / Fabio Graner, Fernando Nakagawa