Somados, os recursos à disposição das companhias giram em torno de R$ 22 bilhões. "Não houve ampliação de limites, apenas disponibilizamos para esses clientes uma linha que pode ser acessada de forma automática com prazos que podem chegar a 6, 7 anos", diz.
Como as linhas são pré-aprovadas, não há a necessidade de documentação e o prazo de liberação dos recursos cai pela metade. "Isso permite uma antecipação dos investimentos", completa o executivo.
O momento de retomada da indústria e da atividade econômica motivou o banco. "Vemos que o uso da capacidade instalada está crescendo e entendemos que essa é uma oportunidade para fomentar os investimentos, ampliar a formação bruta de capital fixo e renovar o parque fabril", completa Malieni.
Uma parte dos recursos vem do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), do BNDES, com taxas de juros a partir de 4,5% ao ano. Mas há também linhas pré-aprovadas, cerca de 20% do total, para capital de giro com prazos mais longos, a partir de 420 dias. Em geral, nesse segmento, a oferta de recursos fica em torno de 90 a 180 dias.
O capital de giro com prazo mais longo é importante principalmente para o setor de comércio, avalia o executivo do BB, pois o varejo precisa recompor estoques e, ao mesmo tempo, parcelar as vendas em horizontes de até 6 meses.
Os limites pré-aprovados foram possíveis por conta de uma revisão do modelo de concessão, com a adoção de uma avaliação massificada para o segmento de empresas. A avaliação de risco é semelhante à usada na concessão de crédito para os clientes pessoas físicas, que contam com recursos disponíveis diretamente em conta corrente.
A nova metodologia, baseada no comportamento do cliente, elimina a necessidade de um cálculo formal da capacidade de pagamento, pois o banco já conhece o histórico da companhia. Segundo Malieni, a probabilidade de uma empresa ficar inadimplente é maior nos primeiros anos de abertura da conta. A partir do segundo ano esse risco permanece alto porém começa a assumir uma trajetória descendente.
Fonte: Valor Econômico / Fernando Travaglini, de Brasília