Depois de adquirir a Nossa Caixa no início do ano, o Banco do Brasil quer acelerar os negócios do banco estadual e alavancar seus ativos, de modo que a integração da instituição ocorra ao mesmo tempo em que o banco aproveita a força da marca no Estado de São Paulo.

"Demian Fiocca tem o desafio de manter a Nossa Caixa em pé (durante o processo de integração)", afirmou Aldemir Bendine, presidente do BB, em cerimônia recheada de políticos e empresários em São Paulo.

No evento, o novo presidente da Nossa Caixa, Demian Fiocca – indicado pelo acionista controlador em meados de junho – falou como representante da instituição pela primeira vez. Em seu discurso, evidenciou que, apesar dos planos do BB de que a marca Nossa Caixa desapareça no próximo ano, o banco quer investir de modo a agregar mais valor aos ativos recém-adquiridos.

A estratégia do BB é tornar a Nossa Caixa cada vez mais operacional, eliminando a possibilidade de perdas da marca e do seu valor na transição. "Normalmente, em processos de fusões e aquisições, se você ficar extremamente centrado na incorporação, há grandes perdas no ativo adquirido", afirmou Bendine.

Fiocca ganha, portanto, a missão de, ao mesmo tempo em que faz a transição, aumentar a quantidade de operações da Nossa Caixa, ampliar o volume de crédito e reduzir as taxas de juros dos empréstimos. "É parte desta estratégia que estamos anunciando hoje [ontem], com a nova linha Giro Nossa Caixa Flex", destacou o executivo.

A Nossa Caixa esclareceu que pretende destinar R$ 1,5 bilhão para esta linha de crédito, voltada para as micro, pequenas e médias empresas, e não R$ 1 bilhão, como havia dito nesta manhã.

Segundo ambos executivos anunciaram ontem, a linha, que tem juros mais baixos e prazos mais longos, é direcionada a atender às necessidades de capital de giro deste segmento empresarial, com taxas que variam de 1,55% a 1,80% ao mês, dependendo do prazo de pagamento.

Para a quitação até 12 meses, o juro fica em 1,55% ao mês – sendo que antes, chegava a 4,3% ao mês – enquanto para quitação em até 24 meses, a taxa será de 1,70% ao mês – menor do que os 4,70% ao mês anteriormente oferecidos. Há ainda um novo prazo para estes empréstimos, que vai até 36 meses, com taxa de juro de 1,80% mensais. Além disso, a carência para o início do pagamento dos empréstimos será de até 180 dias para as micro, pequenas e médias empresas, dado que a prática comum do mercado é a amortização logo em seguida da captação.

"Com esta nova linha, entramos em um segmento em que a Nossa Caixa não era forte. Pretendemos com isso passar de 30 mil clientes (pessoa jurídica) atualmente atendidos pelos créditos do banco para 60 mil clientes em 12 meses", projetou o Fiocca

Segundo ele, a iniciativa é válida tanto do ponto de vista de ciclo econômico, quanto do ponto de vista dos negócios da empresa. "A iniciativa é vantajosa e estamos fazendo tudo com segurança. A nova linha vai dar um oxigênio das empresas que sofreram com a crise e, do ponto de vista do momento também é favorável, pois os empréstimos que começarem a ser tomados agora serão pagos depois das vendas de final de ano", enfatizou o executivo, explicando que um dos fatores de segurança do momento do lançamento da linha, é justamente o fato de que haverá um retorno retorno do caixa ao longo da cadeia produtiva no fim do ano, antes que as empresas tenham que terminar de pagar seus empréstimos.

Fonte: Valor Online / Vanessa Dezem

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