BRASÍLIA – O novo presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, anunciou nesta terça-feira, 28, que a instituição vai aderir ao programa de financiamento habitacional "Minha Casa, Minha Vida" com aporte inicial de R$ 500 milhões. Segundo ele, esses recursos serão da carteira do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) e podem, eventualmente, ser reforçados, caso haja necessidade. Esse aumento de recursos pode ser, inclusive com funding próprio. Bendine informou que a instituição estará apta a operar no programa em 60 dias.
Além disso, a presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Maria Fernanda Ramos Coelho, fez nesta terça um balanço dos primeiros dias do programa habitacional e informou que, desde seu início, no dia 13 de abril, até 23 de abril, a Caixa recebeu 221 projetos habitacionais de construtoras para atender a população com renda de até dez salários mínimos, alvo do programa.
Maria Fernanda disse que, no período, a Caixa assinou mais de 200 termos de adesão de Estados e de municípios ao programa e que outros 600 municípios já manifestaram intenção de aderir ao programa, mas ainda estão se organizando para efetivamente fazê-lo.
Segundo ela, os 221 projetos habitacionais apresentados à Caixa correspondem a 43 mil moradias. "Importante dizer que são empreendimentos espalhados por todo o Brasil, não há concentração em nenhuma região", afirmou a presidente da Caixa, após gravar participação em programa de rádio coordenado pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República.
Esses projetos habitacionais, de acordo com a presidente, estão em processo de análise, que a Caixa estima concluir em 30 a 45 dias. "Com isso, a nossa expectativa é que as primeiras casas do programa poderão começar a ser entregues dentro de 8 a 12 meses", afirmou.
No dia 13 de abril, quando o programa teve início, o vice-presidente da Área de Governo da Caixa, Jorge Hereda, havia antecipado que alguns projetos habitacionais apresentados anteriormente ao banco público seriam "adaptados" às regras do programa para dar o impulso inicial ao "Minha Casa, Minha Vida". Dessa forma, a Caixa espera poder começar a entregar as primeiras unidades habitacionais no próximo ano, que será um ano de eleições.
Maria Fernanda, ao responder perguntas durante o programa de rádio, transmitido pela Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) ressaltou que o programa habitacional é permanente e que não há prazo para as inscrições das famílias com renda inferior a três salários mínimos por mês.
"Por isso, não há por que as pessoas se submeterem a horas de filas com medo de perderem prazo. O programa é permanente, e essa foi uma reivindicação dos movimentos sociais para que isso fosse o início de uma política pública habitacional", afirmou. Segundo ela, a meta do programa de construção de um milhão de novas moradias deverá representar a eliminação de 14% do déficit habitacional do País.
Linha branca
Em café da manhã com jornalistas, o presidente do BB também adiantou que na próxima quinta-feira o banco anunciará uma nova linha de crédito para o financiamento de produtos da linha branca que tiveram o IPI reduzido recentemente. O CDC será destinado aos clientes da instituição e terá juros a partir de 1,99% ao mês. A linha terá prazo de até 60 meses e haverá carência para o primeiro pagamento de até 180 dias. Esse crédito será oferecido via 18 grandes varejistas, que já fecharam acordo com o BB.
Ainda no segmento imobiliário, Bendine informou que na próxima semana o banco fechará acordo com a construtora Cyrela para o financiamento da construção de 500 casas, destinadas à baixa renda, na cidade de Sorocaba, em São Paulo. Essa linha de crédito tem valor de R$ 20 milhões. "Os recursos serão destinados ao financiamento da construtora", explicou.